sexta-feira,
19 de dezembro de 2025

Salário mínimo de 2026 já tem valor definido e governo explica cálculo

Governo confirma salário mínimo de R$ 1.621 em 2026. Veja como funciona o reajuste e quais são os impactos na economia

O governo federal confirmou que o salário mínimo terá novo reajuste em 2026. O valor definido pelo Ministério do Planejamento e Orçamento será de R$ 1.621, o que representa um aumento de R$ 103 em relação ao piso atual de R$ 1.518.

O novo salário mínimo passa a valer a partir de janeiro, mas será sentido no bolso do trabalhador no pagamento realizado em fevereiro. 

A definição já havia sido antecipada por estimativas divulgadas ao longo do dia e agora foi oficialmente confirmada.

Como funciona o reajuste do salário mínimo

O reajuste do salário mínimo em 2026 será de 6,79%. Esse percentual resulta da soma de dois indicadores previstos na legislação. 

O primeiro é a inflação acumulada em 12 meses até novembro, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor, que ficou em 4,18%. O segundo é o crescimento real do Produto Interno Bruto de dois anos antes, neste caso o PIB de 2024, que teve alta de 3,4%.

No entanto, uma lei aprovada no fim do ano passado estabeleceu um limite para o ganho real do salário mínimo. Pela regra do arcabouço fiscal, o aumento acima da inflação fica restrito a 2,5%. Com isso, mesmo com o PIB maior, o ganho real aplicado foi limitado a esse teto.

Quem é impactado pelo salário mínimo

O salário mínimo serve como referência direta para cerca de 59,9 milhões de brasileiros, segundo dados do Dieese. 

Além dos trabalhadores que recebem o piso nacional, o valor também influencia aposentadorias e benefícios sociais vinculados, como o Benefício de Prestação Continuada.

Além dos efeitos diretos, o salário mínimo também provoca impactos indiretos na economia. Entre eles estão o aumento do salário médio e o fortalecimento do poder de compra dos trabalhadores que recebem valores próximos ao piso.

Efeito do aumento nas contas públicas

O reajuste do salário mínimo também traz consequências para o orçamento federal. Isso acontece porque diversos benefícios previdenciários e trabalhistas não podem ter valor inferior ao piso nacional.

De acordo com estimativas do próprio governo, cada aumento de R$ 1 no salário mínimo gera uma despesa adicional de cerca de R$ 420 milhões ao longo de 2026. Com o reajuste de R$ 103, o impacto total nas despesas obrigatórias chega a aproximadamente R$ 43,2 bilhões.

Esse crescimento dos gastos reduz o espaço para despesas consideradas discricionárias, que são aquelas usadas para financiar políticas públicas. Por esse motivo, alguns economistas defendem mudanças na vinculação entre benefícios previdenciários e o salário mínimo, proposta que já foi adotada em períodos anteriores.

O salário mínimo ideal segundo o Dieese

Apesar do novo valor confirmado, o Dieese aponta que o salário mínimo necessário para garantir a subsistência de uma família de quatro pessoas deveria ser bem maior. Em novembro deste ano, o cálculo indicava um valor de R$ 7.067,18.

Esse montante leva em conta despesas básicas como alimentação, moradia, saúde, educação, transporte, vestuário, higiene, lazer e previdência, conforme determina a Constituição.

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Aécio de Paula
Aécio de Paula
Jornalista formado pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e pós-graduado em Direitos Humanos pela mesma instituição. Atua na produção, edição e apuração de conteúdos sobre política, economia, sociedade e cultura, com experiência em redações e portais de notícia.

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