sexta-feira,
19 de dezembro de 2025

MEI em 2026: mudanças na Reforma Tributária ligam alerta para impostos e custos

Reforma Tributária começa a impactar o MEI em 2026 com nota fiscal obrigatória, possível reajuste do DAS e aumento de custos indiretos

O Microempreendedor Individual vai precisar redobrar a atenção a partir de 2026. A Reforma Tributária começa a sair do papel e traz mudanças práticas que atingem diretamente a rotina do MEI, especialmente na forma de emitir notas fiscais, pagar impostos e calcular preços.

As alterações não acabam com o regime do MEI, mas exigem mais organização e controle financeiro. Com novas regras previstas e outras ainda em discussão, o microempreendedor já precisa se preparar para evitar surpresas no caixa e problemas fiscais nos próximos anos.

O que muda para o MEI a partir de 2026

A partir de 2026, o MEI começa a sentir os primeiros efeitos concretos da nova lógica tributária. 

Mesmo permanecendo como Microempreendedor Individual, o funcionamento do regime passa por ajustes que impactam o dia a dia do negócio, principalmente na emissão de documentos fiscais e na formação dos preços.

Segundo orientações da Santa Contabilidade, as mudanças vão além da teoria e afetam diretamente a rotina financeira, o controle das operações e até a competitividade do MEI no mercado, exigindo planejamento desde já.

Mudanças já previstas e confirmadas para o MEI

Nem todos os pontos da Reforma Tributária estão totalmente definidos, mas algumas alterações já fazem parte do desenho do novo sistema. Entender o que já está confirmado ajuda o MEI a se organizar com antecedência.

Entre as principais mudanças previstas estão:

  • Nota fiscal obrigatória: a partir de 2026, o MEI deverá emitir nota fiscal em todas as vendas e prestações de serviços, inclusive para pessoas físicas
  • Nota fiscal nacional: a emissão será feita por meio de um modelo eletrônico padronizado, válido tanto para produtos quanto para serviços
  • Reajuste do DAS: com a unificação de ISS e ICMS e o aumento do salário mínimo, a guia mensal do MEI deve ficar entre R$ 80 e R$ 90

Faturamento e custos do MEI entram em debate

O limite de faturamento anual do MEI segue em discussão. Atualmente fixado em R$ 81 mil, existem propostas que sugerem elevar o teto para R$ 120 mil ou até R$ 140 mil por ano. 

No entanto, não há garantia de que essas mudanças sejam aprovadas até 2026.

Mesmo continuando no Simples Nacional, o MEI também será afetado de forma indireta pela unificação dos tributos IBS e CBS. Com isso, insumos e produtos podem ficar mais caros, pressionando os custos e exigindo atenção maior na formação dos preços.

Impacto da unificação de impostos na precificação

A criação de novos tributos sobre o consumo tende a elevar o custo de compra do MEI. Embora isso não apareça diretamente na guia mensal, o impacto é sentido no lucro final do negócio.

Entre os principais efeitos estão:

  • Insumos mais caros: matérias-primas e produtos chegam ao MEI com carga tributária maior
  • Margem de lucro reduzida: sem reajuste de preços, o empreendedor pode vender mais e ganhar menos
  • Necessidade de cálculo constante: entender custos, lucro e retirada pessoal evita prejuízos silenciosos

Como o MEI pode se preparar desde agora

Para 2026, a palavra-chave é organização. Mesmo sem obrigação legal de manter contabilidade formal, o MEI precisa acompanhar de perto receitas, despesas, emissão de notas e crescimento do negócio para evitar erros fiscais e decisões mal planejadas.

A Santa Contabilidade destaca que conversar com um contador é fundamental para entender questões como lucros isentos, declaração correta do Imposto de Renda Pessoa Física e preparação para uma possível migração ao Simples Nacional, caso o faturamento aumente.

Compartilhe:

Aécio de Paula
Aécio de Paula
Jornalista formado pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e pós-graduado em Direitos Humanos pela mesma instituição. Atua na produção, edição e apuração de conteúdos sobre política, economia, sociedade e cultura, com experiência em redações e portais de notícia.

Notícias relacionadas

Mais lidas da semana

App O Trabalhador