A partir de 1º de janeiro de 2026, o novo valor do salário mínimo, fixado em R$ 1.621, trará um impacto direto no mercado de crédito no Brasil.
Além do aumento no poder de compra, o reajuste eleva automaticamente a margem consignável — o valor máximo que pode ser descontado diretamente da folha de pagamento para o pagamento de empréstimos.
A medida beneficia principalmente aposentados, pensionistas e trabalhadores formais, que passam a ter um limite maior para contratação ou renegociação de crédito com taxas de juros geralmente mais baixas que as do mercado convencional.
Novos limites de crédito
Para quem recebe um salário mínimo, o limite mensal destinado ao pagamento de parcelas de empréstimos sobe para R$ 569,45.
A mudança representa um aumento de R$ 38,15 mensais na margem em comparação ao ano anterior.
Confira a nova composição da margem para beneficiários do INSS:
- Margem para Empréstimos: 35% do valor do benefício.
- Margem para Cartão de Crédito/Benefício: 10% (conforme legislação vigente).
- Impacto: O aumento do piso permite que o segurado acesse montantes maiores de crédito total ou reduza o impacto de parcelas já existentes.
Crédito como estratégia de alívio financeiro
O aumento na margem ocorre em um momento em que as famílias brasileiras buscam alternativas para equilibrar as contas.
Segundo levantamento da fintech meutudo, realizado com mais de 4,5 mil beneficiários, a maioria dos brasileiros pretende utilizar esse “espaço extra” de forma estratégica:
- 54% dos entrevistados planejam usar o valor adicional para quitar dívidas acumuladas.
- 64% acreditam que a ampliação do limite trará algum alívio financeiro ao longo de 2026.
- 41% pretendem utilizar todo o limite disponível para reorganizar sua vida financeira.
Alerta para o consumo consciente
Embora a margem maior represente um alívio imediato, educadores financeiros alertam que o crédito consignado deve ser utilizado com cautela.
O desconto automático na folha de pagamento garante juros menores, mas reduz o valor líquido recebido mensalmente durante todo o período do contrato.
A recomendação é priorizar o uso do crédito para substituir dívidas mais caras, como o cheque especial ou o rotativo do cartão de crédito, que possuem taxas de juros significativamente superiores.
Cronograma de reajuste
- 1º de Janeiro: Entrada em vigor do novo salário mínimo (R$ 1.621).
- Final de Janeiro: Início dos pagamentos de benefícios do INSS com o novo valor e atualização das margens nos sistemas bancários.