Caixa confirma cancelamento definitivo do consignado do Bolsa Família
Por meio de nota, banco confirmou que não vai manter a opção de consignado para os usuários que fazem parte do programa Bolsa Família. Veja detalhesA Caixa Econômica Federal confirmou nesta quinta-feira (23) que não vai manter a opção de consignado para os usuários do programa Bolsa Família. A confirmação acontece mesmo depois de o Ministério do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome aplicar uma série de mudanças no sistema.
“A Caixa informa que os estudos técnicos sobre o Consignado do Auxílio foram concluídos e que o banco decidiu retirar o produto de seu portfólio. A linha de crédito estava suspensa desde o dia 12 de janeiro para revisão”, disse o banco por meio de uma nota divulgada nesta quinta-feira (23).
“O pagamento das prestações continua sendo realizado de forma automática, por meio do desconto no benefício, diretamente pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome”, diz a nota, reafirmando que as pessoas que já solicitaram o crédito, seguem no esquema.
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, a nova presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, disse que não vai continuar com esta operação. Ela disse ainda que não será possível pagar nenhum tipo de anistia para as pessoas que solicitaram o crédito e que contraíram dívidas após o processo.
“Com as novas regras, a operação não se paga. Além disso, esse produto teve um cunho eleitoral, a Caixa foi o banco que mais ofertou crédito, com R$ 7,6 bilhões. É uma excrescência. Não posso ofertar crédito em um auxílio para uma pessoa se alimentar. Na minha opinião, isso tem de ser anulado”, disse.
Consignado do Bolsa Família
O consignado do Bolsa Família é uma espécie de empréstimo voltado para as pessoas que fazem parte do programa social. Ao solicitar o saldo, o usuário passa a ter que quitar a dívida na forma de descontos mensais nas parcelas do programa social.
Durante o governo Bolsonaro, algumas regras foram estabelecidas. A taxa máxima de juros, por exemplo, era de 3,5%. Os cidadãos tinham até dois anos para quitar a dívida e era preciso respeitar uma margem consignável de até 40% por mês.
Na última semana, o Ministério do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome publicou uma portaria alterando todos estes pontos. A taxa máxima de juros, por exemplo, passou de 3,5% para 2,5%.
Além disso, o período de tempo para quitar a dívida caiu de 2 anos para apenas seis meses, e a margem consignável caiu de 40% para 5%. Na prática, cidadãos só poderão comprometer até R$ 20 do saldo mensal do Bolsa Família.
Como a Caixa optou por não mais oferecer esta modalidade, os usuários interessados precisam se dirigir até um dos outros 11 bancos homologados para operar esta linha.