A frase de Lula sobre o Bolsa Família que desagradou o centrão
Em pleno processo de negociação para entrada do centrão no Governo Federal, presidente Lula confirma que não vai entregar Ministério do Bolsa FamíliaO Ministério responsável pelos pagamentos do Bolsa Família não vai passar por uma mudança em seu comando. Ao menos foi o que garantiu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta semana. A pasta do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome seguirá sendo comandada por Wellington Dias (PT).
“Esse ministério é um ministério meu. Esse ministério não sai. A Saúde não sai. Não é o partido que quer vir para o governo que pede ministério. É o governo que oferece o ministério”, disse o presidente em entrevista à TV Record nesta quinta-feira (13).
“É só fazer uma inversão de valores. No momento certo, nós vamos conversar da forma mais tranquila possível. Não quero conversa escondida, não quero conversa secreta”, completou o petista na mesma entrevista. A declaração irritou alguns membros do chamado centrão, que estavam de olho neste Ministério.
A pasta responsável pelos pagamentos do Bolsa Família é uma das mais cobiçadas da esplanada. Este é o ministério que conta com o maior orçamento de todo o Governo Federal. Além disso, há uma avaliação de que este setor do poder executivo é o que mais consegue penetrar na vida dos eleitores, o que pode acabar funcionando como um canhão eleitoral.
Nos últimos dias, informações de bastidores apontavam que o deputado federal André Fufuca (PP) era o mais cotado para substituir o atual ministro Wellington Dias. Na nova entrevista concedida à TV Record, no entanto, fica claro que o presidente Lula não está disposto a realizar esta troca.
Ministério do Bolsa Família
O Ministério do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome é considerado por muita gente dentro do Palácio do Planalto como o mais importante do Governo Federal. Esta é a pasta responsável por diminuir os índices de fome no Brasil, uma das principais promessas de campanha do presidente Lula.
Em todos os mandatos do petista, a pasta foi comandada por uma pessoa ligada ao PT. Durante o período de transição, a ex-senadora Simone Tebet (MDB) trabalhou internamente para assumir esta pasta, mas Lula não permitiu a entrega do Ministério para alguém de outro partido.
“Na hora em que o Congresso Nacional voltar (do recesso legislativo), e os líderes dos partidos forem se reunir, eu vou conversar. Toda a imprensa vai ficar sabendo o que eu conversei com cada um, o que foi ofertado para a participação no governo e o que o governo quer estabelecer de relação com o Congresso até o fim do mandato”, finalizou.