segunda-feira,
27 de outubro de 2025

Como o arcabouço fiscal afeta os pagamentos do Bolsa Família

Relator do texto do arcabouço fiscal já concluiu a redação do texto oficial. Veja como ficou definido a situação dos gastos com o Bolsa Família

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Está oficialmente pronto o texto oficial do arcabouço fiscal. Depois de muita negociação com vários líderes partidários, o relator da proposta na Câmara dos Deputados, o deputado Carlos Cajado (PP-BA) entregou oficialmente o documento. Muita gente não sabe, mas o texto indica alterações importantes para o Bolsa Família.

O arcabouço fiscal nada mais é do que o sucessor do teto de gastos públicos. Na prática, a ideia é criar um mecanismo de controle do aumento das despesas do Governo Federal. Em caso de aprovação, a lei passa a ter efeito a partir das contas públicas do próximo ano. Ao menos este é o plano inicial do Congresso Nacional.

E o que o Bolsa Família tem a ver?

Mas afinal de contas, o que o Bolsa Família tem a ver com o arcabouço fiscal? Em tese, a lei que está sendo discutida no Parlamento vai indicar quanto o Governo Federal vai poder gastar com os pagamentos de programas sociais assistenciais, como é o caso do próprio Bolsa Família, que está sendo pago este ano.

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Nas últimas semanas, houve uma grande discussão entre diferentes alas do Parlamento sobre este tema específico. Parte dos parlamentares defendia que os gastos com o Bolsa Família não entrassem na regra do arcabouço, ou seja, que o Governo ficasse livre para gastar como quisesse com o benefício social.

E o que diz o texto?

Mas o fato é que o documento final do arcabouço fiscal não prevê esta liberdade. Inicialmente se imaginou que o Bolsa Família realmente poderia ficar de fora da regra, dando mais espaço no orçamento para o Governo, nas no final das contas, o relator decidiu deixar o programa dentro da regra.

Desta forma, o poder executivo não poderá reajustar os valores do Bolsa Família caso não cumpra as suas regras fiscais. A informação foi confirmada pelo relator, que indicou ainda que em situações como esta, o poder executivo ainda terá a oportunidade de seguir por uma brecha.

“O presidente (Lula) pode solicitar através de mensagem ao Congresso Nacional o valor para poder acrescer o Bolsa Família, com compensação. Ele está também nesta possibilidade. Não está na condição de exclusão”, declarou Cajado nesta terça-feira (16).

“O que nós excluímos da vedação foi o salário mínimo, que poderá, mesmo no caso de não atingimento da meta, receber o aumento da inflação mais aumento real”, afirmou Cajado.

A expectativa é para que a votação do arcabouço fiscal aconteça dentro de mais alguns dias, já na próxima semana.

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Aécio de Paula
Aécio de Paula
Jornalista formado pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e pós-graduado em Direitos Humanos pela mesma instituição. Atua na produção, edição e apuração de conteúdos sobre política, economia, sociedade e cultura, com experiência em redações e portais de notícia.

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