Entenda o que o déficit zero tem a ver com o Bolsa Família
Discussão técnica sobre déficit zero pode parecer complexa, mas tem total relação com a vida de milhões de brasileiros que recebem o Bolsa FamíliaNos últimos dias, você certamente se deparou com o termo “déficit zero”. Trata-se de um assunto muito comentado em jornais especializados em cobertura econômica. O tema parece complexo e distante, mas a verdade é que ele versa diretamente sobre um assunto que interessa a milhões de brasileiros: o Bolsa Família.
Mas o que um assunto tem a ver com o outro? Abaixo, listamos ponto a ponto desta discussão. Assim, você vai poder formar uma opinião acerca do futuro do déficit zero no Brasil, já considerando as alegadas consequências desta meta fiscal do governo federal.
O que é o déficit zero
O déficit zero é uma meta traçada pelo Ministério da Fazenda no plano de orçamento de 2024. A ideia central deste objetivo é fazer com que o governo federal gaste apenas aquilo que ele conseguir arrecadar. Assim, as contas públicas não contariam com nenhum tipo de prejuízo.
Desde que o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) indicou esta meta, vários setores do mercado financeiro começaram a fazer as contas e a dizer que o governo federal não conseguiria cumprir este combinado, considerando as despesas que já estão contratadas.
A declaração de Lula
Na última semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu uma declaração forte sobre este tema, que acabou abalando o mercado financeiro. Ele disse o seguinte:
“O que eu posso te dizer é que ela (a meta) não precisa ser zero. A gente não precisa disso. Eu não vou estabelecer uma meta fiscal que me obrigue a começar o ano fazendo corte de bilhões nas obras que são prioritárias nesse país”
Onde entra o Bolsa Família?
Mas onde entra o Bolsa Família em toda esta história? De acordo com apurações da revista Istoé, o governo federal avalia que manter a meta de déficit em zero, poderá ser prejudicial para as eleições do próximo ano, justamente porque a meta poderia fazer o governo ter que cortar gastos.
E os gastos que seriam cortados seriam justamente aqueles que não são obrigatórios, como é o caso do Bolsa Família. Hoje, o programa atende pouco mais de 21 milhões de pessoas de todas as regiões do país.
O plano de orçamento entregue em agosto já não prevê um aumento de valor para o próximo ano. Em caso de manutenção da meta de déficit zero, é pouco provável que o governo consiga elevar valores do benefício, assim como inserir novos usuários ao programa.