“Era uma esculhambação”, diz ministro do Bolsa Família sobre governo Bolsonaro

Em entrevista, ministro do Desenvolvimento Social não poupou críticas à gestão de Jair Bolsonaro sobre os pagamentos do Bolsa Família
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O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, não economizou nas palavras ao comentar a situação dos programas sociais durante o governo anterior. 

Em entrevista concedida nesta quarta-feira (7), ele classificou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como uma verdadeira “esculhambação”.

Ele apontou supostas fraudes generalizadas no Auxílio Brasil, nome dado ao Bolsa Família, e no Cadastro Único (Cadúnico).

Dias afirmou que, logo no primeiro ato de governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reativou a Rede Federal de Fiscalização, agora com uma estrutura mais robusta e interligada. 

Segundo o ministro, o objetivo foi acabar com os desvios no sistema de proteção social e assegurar que o dinheiro dos impostos vá para quem realmente precisa.

“É com o dinheiro do povo, dinheiro dos impostos que o povo paga, que trabalhamos a proteção social”, reforçou o ministro no programa Bom Dia, Ministro, do Canal Gov.

Segundo Dias, o atual modelo de fiscalização é bem mais amplo, envolvendo órgãos como:

Essa integração teria sido essencial para identificar irregularidades e cancelar benefícios indevidos.

Mudanças no Bolsa Família

O fato é que os pagamentos do Bolsa Família passaram por uma série de mudanças no decorrer do terceiro mandato do governo Lula. Parte dessas alterações foi criticada por parte da população, e outra parte foi elogiada. 

Entenda ponto a ponto:

  • Cancelamentos em massa:

Desde o início do governo Lula, 2,4 milhões de benefícios de famílias unipessoais foram suspensos por suspeita de fraude.

Segundo o ministro, muitos registros envolviam documentos falsos, pessoas já falecidas e cadastros duplicados ou irregulares.

“Chegamos a cancelar por fraude. Veja que praticamente não teve contestação. Porque era gente com documento falso, gente que já tinha morrido recebendo”, declarou Dias.

  • Nova regra para novos cadastros:

Desde março, beneficiários unipessoais só podem entrar no Bolsa Família após uma entrevista domiciliar, que precisa comprovar vulnerabilidade social.

  • Economia esperada:

Com o pente-fino e os ajustes, o governo projeta uma economia de R$ 7,7 bilhões ainda neste ano.

O atual cenário do programa

Atualmente, o Bolsa Família é o maior programa de transferência de renda do país. Dados oficiais indicam que mais de 20,5 milhões de pessoas estão aptas ao recebimento do benefício neste momento. 

Para ter direito ao Bolsa Família é preciso ter uma conta ativa e atualizada no sistema do Cadúnico, além de ter uma renda per capita de até R$ 218. 

Quem ainda não está no Cadúnico, precisa procurar a prefeitura da sua cidade para entender como esta seleção funciona no seu município.

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