Homem diz preferir Bolsa Família a emprego? Vídeo é sátira, mas muita gente acreditou

Entenda como sátira sobre Bolsa Família publicada em vídeo nas redes sociais começou a viralizar com força nos últimos dias
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Um vídeo que circula nas redes sociais tem causado indignação e debate acalorado: nele, um homem afirma que prefere receber o Bolsa Família a trabalhar por um salário mínimo

O problema? Tudo não passa de uma sátira. A fala, originalmente publicada em um perfil de humor, está sendo compartilhada como se fosse uma declaração real, e enganando muita gente.

O que aparece no vídeo

Um rapaz, em tom aparentemente sério, diz que no Nordeste, “muita gente trabalha por opção, mas quem não quer trabalhar, igual eu, recebe o Bolsa Família”.

Ele diz ainda ter sacado R$ 1.200 do benefício. logo depois, o homem menciona que iria ao Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) buscar uma cesta básica.

O conteúdo tem sido usado por perfis no Instagram para criticar políticas sociais, sem qualquer menção de que se trata de humor.

“Esse tipo de pensamento é o retrato de um Brasil que adoeceu”, afirma uma das postagens que compartilha o vídeo fora de contexto.

O que é real sobre o Bolsa Família

O fato é que o vídeo foi postado em fevereiro pelo perfil Ray da Resenha Oficial, conhecido por seus conteúdos de comédia.

Também é fato que o vídeo original traz hashtags como #humor, #comédia e #vídeosengraçados.

O homem do vídeo, portanto, é um personagem cômico, não uma pessoa real relatando sua situação.

O que diz o governo federal? 

Apesar de o vídeo sugerir que o Bolsa Família distribui cestas básicas, o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) afirma que o programa não entrega alimentos. O Bolsa Família oferece:

  • Benefício de Renda de Cidadania (BRC): R$ 142 por pessoa da família;
  • Benefício Complementar (BCO): valor adicional para garantir um total mínimo de R$ 600 por família;
  • Benefício Primeira Infância (BPI): acréscimo de R$ 150 por criança de 0 a 7 anos;
  • Benefício Variável Familiar (BVF): acréscimo de R$ 50 para gestantes e crianças de 7 a 18 anos;
  • Benefício Variável Familiar Nutriz (BVN): acréscimo de R$ 50 por membro da família com até sete meses de idade (nutriz);
  • Benefício Extraordinário de Transição (BET): pago em casos específicos para garantir valores anteriores ao programa Auxílio Brasil até maio de 2025.

Cestas básicas são distribuídas por outros programas do governo, voltados ao combate à insegurança alimentar, e sua entrega é organizada pelos Estados e pelo Distrito Federal.

O Bolsa Família

O Bolsa Família é o maior programa de transferência de renda do país. Dados oficiais indicam que mais de 20 milhões de pessoas estão aptas ao recebimento do benefício neste momento. 

Para ter direito ao programa, é preciso ter uma conta ativa e atualizada no sistema do Cadúnico do governo federal, além de ter uma renda per capita de até R$ 218. 

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