Por que o Brasil conseguiu sair do Mapa da Fome? A ONU explica
O Brasil não faz mais parte do Mapa da Fome, e a principal razão, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), está nos programas de transferência de rendaA FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) divulgou nesta segunda-feira (28) seu relatório anual sobre segurança alimentar.
Nele, o economista-chefe da entidade, Máximo Torero, apontou a América do Sul como destaque positivo, especialmente o Brasil e o México.
De acordo com Torero, a redução da fome no Brasil foi impulsionada por políticas públicas de transferência de renda condicionada, tipo de programa que exige contrapartidas dos beneficiários, como manter filhos na escola e vacinados, além de garantir acompanhamento médico.
“O impacto desses programas foi muito significativo”, afirmou o economista.
O que significa sair do Mapa da Fome?
Um país deixa o Mapa da Fome quando menos de 2,5% da população está em risco de subnutrição ou sofre com a falta de acesso regular a alimentos.
No caso do Brasil, esse patamar foi atingido com base na média entre 2022 e 2024.
Desde 2021, o Brasil constava na lista, mas conseguiu reverter o cenário nos últimos anos com ações voltadas à proteção social.
Auxílio Emergencial também foi decisivo
Outro fator destacado por Torero foi o Auxílio Emergencial pago durante a pandemia de covid-19.
Segundo ele, foi graças a esse benefício que o Brasil se tornou o único país do mundo onde a pobreza caiu durante a crise sanitária global.
- Até 2019: Bolsa Família pagava, em média, menos de R$ 200
- 2020: Auxílio Emergencial foi criado com parcelas de R$ 600
- 2021: Auxílio Brasil passou a pagar R$ 400
- 2023 em diante: Bolsa Família foi recriado com parcelas de R$ 600
Esses valores reforçaram a rede de proteção social, especialmente para famílias em situação de extrema pobreza.
O Bolsa Família hoje
Hoje, o Bolsa Família segue sendo o maior programa de transferência de renda do país. Dados oficiais do Ministério do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome indicam que pouco mais de 20 milhões de pessoas recebam o saldo todos os meses.
Atualmente, o Bolsa Família realiza pagamentos base de R$ 600 por grupo familiar. Mas esses valores podem ser elevados a depender da quantidade de benefícios internos a que cada cidadão tem direito.
Abaixo, você pode conferir de quais adicionais nós estamos falando:
- Benefício de Renda de Cidadania (BRC): R$ 142 por pessoa da família;
- Benefício Complementar (BCO): valor adicional para garantir um total mínimo de R$ 600 por família;
- Benefício Primeira Infância (BPI): acréscimo de R$ 150 por criança de 0 a 7 anos;
- Benefício Variável Familiar (BVF): acréscimo de R$ 50 para gestantes e crianças de 7 a 18 anos;
- Benefício Variável Familiar Nutriz (BVN): acréscimo de R$ 50 por membro da família com até sete meses de idade (nutriz)