Auxílio Brasil: mais da metade dos novos usuários moram sozinhos

Em um intervalo de menos de um ano, o número total de usuários do Auxílio Brasil que moram sozinhos mais do que dobrou

Entre os meses de julho e de agosto, o número total de usuários do programa Auxílio Brasil aumentou em mais de 2,2 milhões de usuários. Dados do Ministério da Cidadania apontam para um dado, no mínimo, inusitado. Entre os novos beneficiários, a maioria mora sozinho, ou ao menos se cadastram no Cadúnico desta forma.

Os dados apontam que 1,1 milhão de pessoas que entraram no Auxílio Brasil entre os meses de julho e agosto deste ano moram sozinhas. Em um número percentual, podemos dizer que 54% dos novos beneficiários usam o dinheiro apenas para pagar as suas despesas individuais, e não para ajudar os integrantes da mesma casa.

Se compararmos a situação atual com a que se viu em anos anteriores, o desenho fica ainda mais claro. Tomando como base os dados do Ministério, estima-se que em outubro do ano passado, 2,2 milhões de brasileiros que moravam sozinhos recebiam o dinheiro. Em agosto de 2022, o patamar é de quase 4,9 milhões.

Os dados do aumento do número de usuários que moram sozinhos também é bem maior do que aquele que se registrava no antigo Bolsa Família. Nos repasses do antigo benefício, estima-se que 15% dos beneficiários apenas não moravam com mais ninguém. O aumento começou a acontecer depois da chegada do Auxílio Brasil.

Hoje, o benefício do Governo Federal atende pouco mais de 20 milhões de pessoas de todas as regiões do país. O número total de beneficiários passou por um aumento logo depois da aprovação da chamada PEC dos Benefícios no Congresso Nacional. O documento liberou R$ 26 bilhões para o poder executivo neste segundo semestre.

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Por que o fenômeno acontece com o Auxílio?

Segundo analistas, o número de pessoas que moram sozinhas e que recebem o Auxílio Brasil aumentou por uma série de motivos. O primeiro e mais óbvio deles é a elevação geral no número de usuários do programa.

Entretanto, este não é o único ponto. Outro argumento é que, ao contrário do antigo Bolsa Família, o atual Auxílio Brasil não faz nenhuma diferenciação em relação ao número de integrantes de uma mesma casa.

Desta forma, um cidadão que mora sozinho tem basicamente as mesmas chances de entrada que uma família de 10 integrantes tem. Os valores, aliás, também não mudam. Nos dois casos, o patamar mínimo de recebimento segue sendo de R$ 600 neste segundo semestre.

Há ainda a ideia de que o Governo Federal está focando nos números do benefício. Do ponto de vista eleitoral, a avaliação é de que seria mais vantajoso atender mais adultos, que são potenciais eleitores do que crianças, que ainda não podem votar.

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