Cadúnico: mais de 600 mil mortos foram excluídos do cadastro

Dados mais recentes do Ministério do Desenvolvimento Social mostram que mais de 600 mil pessoas dadas como mortas foram excluídas do Cadúnico
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O Governo Federal já excluiu mais de 600 mil pessoas dadas como mortas do sistema do Cadúnico desde o último mês de março. A informação foi confirmada pelo Ministério do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome nesta terça-feira (18). Foram 603,8 mil exclusões.

Segundo a pasta, as contas que foram excluídas foram de pessoas que tinham um registro de óbito há mais de 12 meses. As exclusões ocorreram dentro de um contexto de realização de um pente-fino que está sendo capitaneado pelo Ministério do Desenvolvimento Social para encontrar fraudes no sistema.

Neste sentido, outros tipos de situações também estão sendo encontradas pelo Ministério. Desde março, já são mais de 920 mil exclusões de contas que não são atualizadas há mais de quatro anos. Além disso, também foram 20,5 mil exclusões de famílias que pediram para sair do projeto de maneira voluntária.

O Cadúnico

O Cadúnico é uma espécie de lista do Governo Federal que reúne os nomes das famílias que estão em situação de vulnerabilidade social. É através dos dados contidos nesta lista que o poder executivo pode selecionar usuários para projetos como Bolsa Família e Auxílio-gás nacional, por exemplo.

O atual Governo Federal alega que a lista do Cadúnico está desatualizada e que não conta com novos dados há muito tempo. Desde o último mês de março, o processo de revisão atingiu apenas 45% dos cadastros. A meta do Ministério é atingir a marca dos 60% até o final deste ano.

Busca ativa

Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, Secretária de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único do Ministério do Desenvolvimento Social, Leticia Bartholo, disse que o Governo Federal vai seguir realizando o processo de busca ativa para encontrar as pessoas que precisam entrar em programas, mas que não estão conseguindo.

“Os agentes sociais dos munícipios ainda estão em campo fazendo a busca ativa. É um trabalho de redirecionamento do cadastro para atender quem realmente precisa. Esse trabalho tem que ser diário para tirar o Brasil do mapa da fome mundial”, disse Bartholo.

“A menor parte da pobreza brasileira é a crônica, de quem sempre está pobre. A maior parte é a pobreza que entra e sai. Vai ter gente entrando na pobreza todo dia e gente saindo. O Cadastro precisa ser capaz de refletir essa realidade”, afirma a secretária.

Atualmente, o Bolsa Família atende pouco mais de 20 milhões de pessoas. Os pagamentos médios para este mês de julho são de R$ 684,17.

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