Financiamento de imóveis com o FGTS tem redução nos últimos meses

As novas regras de financiamento de imóveis usados com o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) fizeram a quantidade de crédito para isso cair muito nos últimos meses. Segundo a Caixa Econômica Federal, no programa Minha Casa, Minha Vida, houve uma queda de 85% nos últimos dois meses.

Para quem ganha acima de R$ 8 mil, a diminuição foi de 98% entre maio e outubro. Durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, as regras mudaram para dar prioridade a imóveis novos.

Sobre o Minha Casa, Minha Vida

No Minha Casa, Minha Vida, famílias com renda de até R$ 8 mil podem comprar imóveis de até R$ 350 mil. Já quem ganha mais e tem conta no FGTS pode optar pelo Pró-Cotista, que permite financiar imóveis de até R$ 1,5 milhão.

Apesar da redução, em 2023, o financiamento de usados ainda representa uma parte significativa: R$ 21,1 bilhões, que é 27,4% do total de crédito contratado com a Caixa.

Em agosto, as concessões para imóveis usados foram de R$ 2,8 bilhões, o maior valor do ano, mas em outubro caíram para R$ 423 milhões. No Pró-Cotista, o financiamento também despencou, de R$ 263 milhões para apenas R$ 5 milhões entre maio e outubro.

Mudanças no programa

O programa Minha Casa, Minha Vida teve mudanças durante o governo do ex-presidente Bolsonaro, que passou a permitir a compra de imóveis usados. Lula manteve essa regra, com aumento do subsídio para ajudar na compra de casas e no enfrentamento do déficit habitacional sugerido pelo Censo de 2022, que aponta 6,2 milhões de moradias em falta.

Em 2023, a participação de imóveis usados no financiamento foi de 29,32%, mais do que o dobro de 2022. O sucesso do programa levou o governo a endurecer as regras para equilibrar os orçamentos e atender as construtoras focadas em imóveis novos.

As novas condições incluem aumento da entrada para imóveis usados, que agora varia entre 30% a 50% dependendo da região, e a redução do valor máximo do imóvel de R$ 350 mil para R$ 270 mil.

Além disso, o governo limitou o financiamento de imóveis antigos a R$ 13,3 bilhões. Novas regras para imóveis de altos valores também foram implementadas, aumentando os percentuais de entrada. O FGTS continua sendo usado para financiar a casa própria, enquanto a classe média utiliza recursos da poupança.