Liberação do FGTS? Dólar chega a R$ 5,76

Na última segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025, o dólar comercial alcançou o valor de R$ 5,76, enquanto os investidores monitoravam a possível liberação de recursos do FGTS e como isso poderia influenciar a atividade econômica e a inflação.

A injeção desses recursos no mercado pode impulsionar o consumo, contrariando o esforço do Banco Central de aumentar as taxas de juros para controlar o aumento de preços.

A moeda americana apresentou uma alta de 0,43% nesta data. Os investidores ficaram surpresos também com a divulgação da geração de 100 mil novos empregos formais no mês de janeiro de 2025.

Duas grandes surpresas marcaram esse anúncio. O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, revelou números que superaram as expectativas do mercado, que variavam entre 40.000 e 60.000 novos postos de trabalho, conforme levantamento do Poder360.

Além disso, a antecipação da divulgação do CAGED, que estava programada para a quarta-feira, também causou espanto, já que o relatório foi publicado antes do previsto.

Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, reiterou na semana passada a intenção do Copom de aumentar a Selic, a taxa básica de juros, na próxima reunião em março. Ele destacou que essa decisão será “desconfortável”, mas necessária, visto que a inflação está preocupantemente fora da meta.

Galípolo indicou que os dados econômicos serão cruciais para o Banco Central determinar os futuros níveis da Selic. Assim, uma forte geração de empregos pode impactar a inflação dos serviços, elevando o IPCA para além da meta. Isso poderia resultar na necessidade de uma Selic mais alta nos meses seguintes.

Em janeiro, o Banco Central já ajustou a taxa básica para 13,25% ao ano e sinalizou um novo aumento para 14,25% ao ano em março. Essa taxa tem permanecido acima de 10% por três anos, e analistas financeiros projetam que pode atingir 15% em 2025, o que representaria o maior nível desde 2006.

A Selic elevada é uma estratégia para conter a inflação, que atualmente está em 4,56% nos últimos 12 meses, acima da meta de 3% e também do teto de 4,5% estabelecido. O Banco Central reconheceu que poderá não cumprir a meta de inflação até junho.

No final do dia, a possibilidade de liberação dos recursos do FGTS ganhou destaque entre os investidores. Os brasileiros que escolheram a opção de saque-aniversário poderiam resgatar os saldos bloqueados, o que poderia afetar o PIB e a inflação, que já estão fora da meta.

Os contratos de juros futuros registraram alta nesta segunda-feira, refletindo as expectativas dos agentes financeiros em relação à Selic no Brasil.