A Santa Casa do Mato Grosso do Sul decidiu não pagar o 13º salário integral dos servidores em dezembro e anunciou que o valor será dividido em três parcelas, com pagamentos previstos para janeiro, fevereiro e março.
A medida, adotada em meio a uma grave crise financeira, provocou forte insatisfação entre os funcionários e já levanta a possibilidade de greve em alguns setores.
O parcelamento do 13º salário foge do que normalmente ocorre com os trabalhadores formais e acendeu o alerta entre sindicatos e servidores da unidade hospitalar, que dependiam do pagamento integral no fim do ano.
Como será o pagamento do 13º salário na Santa Casa
Segundo informações repassadas pela assessoria de imprensa do hospital, o 13º salário não será quitado de forma integral em dezembro. A proposta apresentada prevê o pagamento fracionado em três vezes ao longo dos primeiros meses de 2026.
De acordo com a legislação trabalhista, o 13º salário pode ser pago em até duas parcelas: a primeira até 30 de novembro e a segunda até 20 de dezembro. O modelo adotado pela Santa Casa, portanto, foge do padrão previsto em lei e tem como justificativa a situação financeira da instituição.
Em anos anteriores, o pagamento era viabilizado por meio do repasse da chamada 13ª parcela da contratualização feita pelo Governo do Estado aos hospitais filantrópicos de Mato Grosso do Sul.
O que diz a Santa Casa sobre o parcelamento
Em nota oficial, a Santa Casa explicou que, neste ano, o repasse não ocorrerá da mesma forma. O hospital afirma que a decisão não partiu da instituição, mas está ligada à mudança na forma de repasse estadual.
“A Santa Casa informa que em anos anteriores o Governo do Estado aportava a 13ª parcela da contratualização a todos os hospitais filantrópicos de MS”, diz a nota
“Neste ano informou que não haverá o repasse e o Secretario de Saúde, Dr. Mauricio Simões, informou à Federação das Filantrópicas (FHEBESUL) que fará o repasse em três parcelas nos meses de janeiro, fevereiro e março”, segue
“A Santa Casa transmitiu a informação aos sindicatos e seguirá buscando outros meios para solucionar a questão, mas até o momento sem precisão”, completa a nota.
A instituição informou ainda que comunicou oficialmente os sindicatos sobre a situação e que segue tentando alternativas para resolver o impasse.
O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul foi procurado por veículos de imprensa para explicar por que o pagamento não poderia ser feito em parcela única, mas não respondeu até o fechamento da reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.
Revolta dos funcionários e risco de paralisação
A decisão de parcelar o 13º salário gerou revolta entre os servidores. Parte dos trabalhadores, incluindo enfermeiros, já cogita a possibilidade de greve como forma de protesto diante do atraso e do fracionamento do pagamento.
A insatisfação se soma a um cenário de instabilidade financeira que se arrasta há anos dentro da instituição.