sexta-feira,
26 de dezembro de 2025

Estes professores serão beneficiados pelo aumento da isenção do Imposto de Renda

Nova regra do Imposto de Renda amplia a isenção e a redução do tributo para professores da educação básica, beneficiando cerca de 73% da categoria

A nova legislação do Imposto de Renda traz mudanças importantes para os professores da educação básica. Com a sanção da Lei nº 15.270/2025, cerca de 73% dos docentes passam a ter isenção total ou redução no Imposto de Renda da Pessoa Física a partir de 2026.

Isso significa que um em cada dois professores ficará totalmente isento do tributo, cenário bem diferente do que existia antes, quando apenas um em cada cinco não pagava o imposto. 

A medida atinge principalmente quem recebe valores próximos ao piso nacional do magistério, fixado em R$ 4.867,77 em 2025, e pode representar um ganho anual superior a R$ 5 mil, o equivalente a um salário extra.

Estudo aponta impacto direto no Imposto de Renda dos docentes

Os números fazem parte de um levantamento divulgado nesta quarta-feira, 17 de dezembro, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

O estudo destaca como a nova política tributária do Governo do Brasil, considerada mais equilibrada, impacta diretamente a renda dos professores.

Quem será beneficiado com isenção ou redução do IRPF

De acordo com a pesquisa, pelo menos 1,5 milhão de professores da educação básica terão aumento de renda disponível, seja por isenção total ou por redução do imposto. 

Dentro desse grupo, cerca de 620 mil deixarão de pagar completamente o Imposto de Renda graças às novas regras.

A alteração amplia a faixa de isenção para quem recebe até R$ 5 mil por mês e cria uma faixa intermediária de redução do imposto para rendimentos mensais de até R$ 7.350. Quem ultrapassa esse limite continua sujeito à alíquota máxima de 27,5%.

Metodologia usada no estudo sobre Imposto de Renda

Para chegar aos resultados, o estudo utilizou dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2022, atualizados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) até outubro de 2025. A partir dessas informações, os docentes foram classificados em três grupos:

  • Isentos do Imposto de Renda
  • Com redução no valor do imposto
  • Sujeitos à alíquota máxima de 27,5%

A identificação dos professores da educação básica foi feita por meio da combinação de códigos de ocupação (CBO) e de atividade econômica (CNAE), seguindo metodologia baseada em nota técnica do Inep sobre remuneração docente. 

Após a exclusão de casos considerados atípicos, como salários muito elevados ou jornadas muito baixas, o Ipea estimou um total de 1,95 milhão de pessoas com pelo menos um vínculo como docente da educação básica.

Diferenças conforme vínculos, redes e regiões

A reforma do Imposto de Renda beneficia de forma mais expressiva os professores que têm apenas um vínculo no magistério. 

Nesse grupo, 60,8% ficam isentos e 21,1% têm redução do imposto, o que significa que cerca de 82% são diretamente beneficiados.

Entre os docentes que acumulam mais de um vínculo na educação, 32,2% passam a ser isentos e 26,1% têm redução, reflexo de rendas médias mais altas. 

Já aqueles que possuem outros vínculos profissionais fora do magistério apresentam um cenário mais dividido: 40,3% ficam isentos, 20,9% têm redução, enquanto 38,8% continuam na faixa de tributação máxima.

O estudo também aponta diferenças entre redes de ensino e regiões do país. A rede privada concentra a maior proporção de docentes na nova faixa de isenção, com 82,2%, em grande parte por reunir jornadas parciais e salários médios menores. 

Na rede pública, apesar do maior número de vínculos, há uma parcela maior de professores acima do limite de isenção.

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Aécio de Paula
Aécio de Paula
Jornalista formado pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e pós-graduado em Direitos Humanos pela mesma instituição. Atua na produção, edição e apuração de conteúdos sobre política, economia, sociedade e cultura, com experiência em redações e portais de notícia.

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