quinta-feira,
11 de dezembro de 2025

Imposto de Renda muda em 2026 e milhões pagam menos: veja quem ganha

Nova tabela do Imposto de Renda amplia isenção para quem recebe até R$ 5 mil e reduz imposto até R$ 7.350. Veja o que muda em 2026

A nova tabela do Imposto de Renda entra em vigor em 2026 e altera diretamente quanto o contribuinte vai pagar. A mudança foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e amplia a faixa de isenção para quem recebe até R$ 5 mil por mês.

A alteração também reduz a cobrança para salários entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350 mensais, criando um novo modelo de tributação para essa parte da população. Já quem ganha mais do que isso continuará seguindo as regras tradicionais do IR.

O que muda no Imposto de Renda

A proposta aprovada introduz uma diferença clara entre dois grupos de contribuintes: os que têm renda de até R$ 7.350 por mês e os que ultrapassam esse valor. 

Para os primeiros, há isenção total até R$ 5 mil e cobrança reduzida até o limite de R$ 7.350. Acima disso, nada muda.

Hoje, a faixa de isenção permanece em R$ 2.428,80. Na prática, porém, quem recebe até R$ 3.036 mensais já não paga imposto por causa do desconto simplificado de R$ 607,20, aplicado automaticamente pela Receita Federal. 

Com a nova tabela sancionada, todos os trabalhadores que recebem até R$ 5 mil passam a ser isentos, enquanto quem ganha até R$ 7.350 terá um alívio parcial.

Tabela atual do IR para quem ganha acima de R$ 7.350

O governo reforça que não haverá reajuste geral na tabela. Para quem ultrapassa o teto de R$ 7.350 mensais, continuam valendo as alíquotas vigentes:

Faixa salarial – Alíquota

  • Até R$ 2.428,80 — 
  • De R$ 2.428,81 até R$ 2.826,65 — 7,5%
  • De R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05 — 15%
  • De R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68 — 22,5%
  • Acima de R$ 4.664,68 — 27,5%

Quando a nova tabela começa a valer

A ampliação da isenção e o novo modelo de cobrança passam a ser aplicados a partir de 1º de janeiro de 2026.

A expectativa do governo é que 16 milhões de brasileiros sejam beneficiados, somando trabalhadores isentos e aqueles que terão redução na cobrança até o teto de R$ 7.350.

Impacto na arrecadação

O Ministério da Fazenda estima perda de R$ 31,2 bilhões em arrecadação no primeiro ano da mudança. 

Para compensar o impacto, o projeto cria novas formas de tributação sobre alta renda e revisa a cobrança de dividendos enviados ao exterior. Somadas, essas medidas devem render R$ 34,1 bilhões aos cofres públicos.

Tributação sobre altas rendas

A proposta estabelece uma alíquota mínima para contribuintes com rendimentos superiores a R$ 50 mil por mês ou R$ 600 mil por ano. 

O imposto será progressivo, variando de 0% a 10%. A alíquota máxima só se aplica a quem recebe acima de R$ 1,2 milhão anual.

Segundo estimativas oficiais, cerca de 141 mil contribuintes se enquadram nessa faixa.

O cálculo considera diferentes tipos de rendimento, mas algumas receitas ficam de fora, como:

  • ganhos de capital na venda de imóvel (exceto os obtidos em Bolsa)
  • valores recebidos acumuladamente, como ações judiciais e aluguéis atrasados
  • rendimentos da poupança
  • indenizações por acidentes de trabalho, danos morais ou materiais
  • aposentadorias isentas por doenças graves
  • investimentos em LCI, LCA e títulos ligados à infraestrutura, setor imobiliário e agricultura

Heranças e doações também não entram na conta, mesmo quando elevam a renda acima de R$ 600 mil no ano.

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Aécio de Paula
Aécio de Paula
Jornalista formado pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e pós-graduado em Direitos Humanos pela mesma instituição. Atua na produção, edição e apuração de conteúdos sobre política, economia, sociedade e cultura, com experiência em redações e portais de notícia.

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