A discussão sobre a reforma do Imposto de Renda (IR) voltou à cena política. Na última semana, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou sua proposta oficial ao Congresso Nacional.
Mas, antes que entre em vigor, o que só deve acontecer em 2026, o texto ainda passará por um extenso debate e poderá sofrer alterações no Legislativo. Vários deputados e senadores já se apresentaram contra a medida.
O fato é que o tema é considerado delicado porque mexe diretamente no bolso de milhões de brasileiros e nas contas das empresas.
Com isso, inevitavelmente, as comparações com a proposta apresentada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, ainda em 2021, vieram à tona. Afinal de contas, qual dos dois lados apresentou a melhor ideia?
Não existe uma resposta única para essa pergunta. Abaixo, você pode conferir todos os pontos das propostas apresentadas por Lula e por Bolsonaro, e pode indicar qual das duas mais lhe agrada.
A proposta de Bolsonaro e Paulo Guedes
Em resumo, pode-se afirmar que a proposta de aumento da isenção do imposto de renda apresentada pelo governo anterior contava com as seguintes características:
- Aumentava a faixa de isenção de R$ 1.903,98 para R$ 2.500 (alta de 31%).
- Com salário mínimo da época em R$ 1.100, isso representaria mais de dois salários mínimos isentos.
- Quem ganhasse mais de R$ 40 mil por ano perderia o direito ao desconto simplificado na declaração (limitado a R$ 8 mil).
- Estimativa: 5,6 milhões de brasileiros passariam a ser isentos.
- Metade dos declarantes deixaria de pagar IR.
- Havia também previsão de correção da tabela do IR — o que beneficiaria todos os trabalhadores formais.
- Apesar de aprovada na Câmara dos Deputados, a proposta empacou no Senado e nunca virou lei.
Esse texto foi aprovado na Câmara dos Deputados, mas acabou travado no Senado Federal, já que o então presidente Jair Bolsonaro não contava com forte apoio nessa casa.
A proposta de Lula e Fernando Haddad
Já a proposta apresentada pelo atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é notadamente mais ambiciosa, e conta com características bem diferentes da anterior. Veja:
- Eleva a isenção de R$ 2.824 para R$ 5 mil por mês, um salto expressivo.
- O valor atual de dois salários mínimos (R$ 3.036) já está isento a partir de 2025.
- Para rendas entre R$ 5 mil e R$ 7 mil mensais, a proposta prevê uma isenção parcial.
- A estimativa é de que 10 milhões de pessoas já isentas com o novo piso em 2025.
- Mais 10 milhões devem entrar na faixa de isenção em 2026.
- No total, 65% dos declarantes (26 milhões de pessoas) poderão ficar livres do IR, se o texto for aprovado como está.
- Para quem ganha mais de R$ 7 mil por mês, não haverá redução no valor pago de imposto.
Essa proposta já foi enviada ao Congresso Nacional pelo governo federal, e ainda precisa ser aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. Em caso de aprovação, o texto só terá força de lei a partir de 2026.
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