quinta-feira,
4 de dezembro de 2025

Abono PIS/Pasep com novas regras em 2026. Veja impacto no seu bolso

A partir de 2026, haverá limite salarial corrigido pela inflação. Entenda o impacto.

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O abono salarial PIS/Pasep, um dos principais programas de transferência de renda para o trabalhador de baixa remuneração no Brasil, passará por uma reforma estrutural a partir do calendário de pagamentos de 2026, referente ao ano-base 2024. 

A alteração mais significativa reside na metodologia de reajuste do teto de renda para acesso ao benefício, uma mudança que, embora tecnocrática, carrega profundo impacto social e fiscal.

Novo critério de correção 

Até o ciclo atual, a elegibilidade ao PIS/Pasep era vinculada ao recebimento médio de até dois salários mínimos mensais no ano-base. Esse modelo garantia que o acesso ao abono acompanhasse diretamente a valorização do piso nacional, incluindo ganhos reais. 

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A partir de 2026, no entanto, o teto de renda será desvinculado do reajuste do salário mínimo. Em vez disso, o valor de corte passará a ser corrigido anualmente apenas pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que mede a inflação.

Essa desvinculação estabelece um descompasso progressivo. Como o salário mínimo tem sido historicamente reajustado com base em regras que frequentemente incluem aumento real (acima da inflação), o teto de renda corrigido apenas pelo INPC tenderá a ficar cada vez mais defasado em relação ao poder de compra e ao próprio piso nacional.

Implicações

 fiscais e sociais

Do ponto de vista fiscal, a medida visa a contenção de gastos públicos com o programa. Ao limitar o reajuste do teto à inflação, o Governo Federal projeta que a base de beneficiários se reduza gradativamente. 

Estima-se que, ao longo de uma década, o número de trabalhadores elegíveis caia, na prática, para aqueles que recebem o equivalente a, aproximadamente, 1,5 salário mínimo.

No entanto, a mudança levanta questões sobre a função social do abono. O PIS/Pasep foi concebido para suplementar a renda do trabalhador de baixa remuneração. 

Ao restringir o acesso por meio de um teto que não acompanha a realidade do mercado de trabalho e o aumento do custo de vida (que é parcialmente capturado pelo reajuste do mínimo), o programa corre o risco de excluir justamente aqueles que, embora ganhem ligeiramente mais de 1,5 salário mínimo, ainda pertencem a faixas de vulnerabilidade econômica.

Perspectivas para o futuro

Embora o valor do abono em si (até um salário mínimo) e os requisitos de tempo de trabalho (30 dias no ano-base) e cadastro (cinco anos no PIS/Pasep) permaneçam inalterados, o novo critério de renda sinaliza uma revisão na política de acesso. 

A medida transforma o abono salarial em um benefício cada vez mais focado na base da pirâmide salarial, reduzindo sua abrangência para as faixas intermediárias de baixa renda. 

Os trabalhadores deverão monitorar atentamente o valor exato do teto de renda corrigido pelo INPC a cada ano para verificar sua elegibilidade.

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Ana Lima
Ana Lima
Ana Lima é formada em Comunicação Social pela Universidade Estácio de Sá e já atua na profissão há mais de 30 anos. Já foi repórter, diagramadora e editora em jornais do interior e agora atua na mídia digital. Possui diversos cursos na área de jornalismo e já atuou na Câmara Municipal de Teresópolis como assessora de imprensa.

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