quarta-feira,
31 de dezembro de 2025

Salário mínimo, saiba o que o aumento afetará

Segundo decreto assinado pelo presidente, a partir de 1º de janeiro de 2026, o valor diário do salário mínimo será de R$ 54,04

O aumento de 6,79% no salário mínimo, que resultará em um novo montante de R$ 1.621 a partir de 2026, não só afetará aposentadorias e salários, mas também terá repercussões em diversos programas do governo federal.

Este reajuste também influenciará outros benefícios que estão associados ao salário mínimo, incluindo o abono salarial PIS/Pasep, o Benefício de Prestação Continuada (BPC), o seguro-desemprego e o Cadastro Único (CadÚnico), bem como as contribuições dos microempreendedores individuais (MEIs).

De acordo com o decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a partir de 1º de janeiro de 2026, o valor diário do salário mínimo será de R$ 54,04, enquanto o valor por hora será estabelecido em R$ 7,37.

O cálculo para o reajuste do salário mínimo considera o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) que corresponde a 12 meses que se encerram em novembro, apresentando uma taxa de 4,18%, acrescida de 2,5% de aumento real (com base no PIB de 2024, limitado a 2,5%).

Este índice de inflação é publicado pelo IBGE e reflete a inflação para famílias que recebem até cinco salários mínimos.

A seguir, as principais mudanças decorrentes do novo salário mínimo

Aposentadorias

Com as novidades, aposentados do INSS que atualmente recebem o salário mínimo terão um aumento de 7,5%.

Já os que têm um valor maior de aposentadoria receberão correção baseada no INPC de 2025, cujo índice só será revelado no início de janeiro. Nos últimos 12 meses até novembro, a taxa foi de 4,18%.

Os novos valores de aposentadorias começarão a ser pagos no final de janeiro. Confira o cronograma do INSS para 2026.

BPC

Com o incremento do salário mínimo, para receber o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que atualmente concede um salário mínimo a idosos com mais de 65 anos e a pessoas com deficiência incapacitadas para o trabalho, a renda per capita familiar não pode ultrapassar 25% do salário mínimo.

Abono salarial

Os pagamentos do PIS/Pasep terão início em 15 de fevereiro e ocorrerão em sete lotes. O montante é proporcional ao tempo de serviço do trabalhador no ano-base. O cálculo do benefício é feito multiplicando o número de meses trabalhados no ano-base por 1/12 do valor do salário mínimo vigente na data do pagamento.

Estima-se que 26,9 milhões de trabalhadores serão beneficiados, com um total de R$ 33,5 bilhões em pagamentos. Confira o calendário e quem tem direito.

Seguro-desemprego

No que diz respeito ao seguro-desemprego, seu valor também será ajustado em linha com o salário mínimo. O governo federal está avaliando a formalização dos novos valores.

Em 2025, os trabalhadores que foram elegíveis ao benefício receberam entre R$ 1.528 e R$ 2.424,11.

CadÚnico

Com a elevação do salário mínimo, a renda mínima exigida para que uma pessoa possa ser cadastrada no Cadastro Único (CadÚnico), que abre as portas para o Bolsa Família e outros programas, será alterada.

De acordo com as regras vigentes, poderão ser registradas as famílias com uma renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa (R$ 810,50).

MEI e contribuições

Os microempreendedores individuais, conhecidos como MEIs, também estarão sob o impacto da alteração no salário mínimo.

A partir de 2026, eles passarão a contribuir com R$ 81,05 ao INSS, equivalente a 5% do valor do salário mínimo, um aumento em relação aos R$ 75,90 que vigoravam até agora.

Para os MEIs que atuam como caminhoneiros, a contribuição aumentará de R$ 182,16 para R$ 202,42, podendo oscilar entre R$ 202,42 e R$ 207,42, dependendo do tipo de carga transportada e do destino final.

Este cálculo leva em conta 12% do salário mínimo destinado ao INSS, além das mesmas tarifas que se aplicam ao microempreendedor individual convencional para ICMS e ISS.

As contribuições ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) também serão ajustadas devido ao aumento no salário mínimo.

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Thais Rodrigues
Thais Rodrigues
Formada em Jornalismo desde 2009 pela Unicsul e também pós-graduada em Jornalismo Esportivo pelo Centro Universitário FMU. Atualmente trabalhando nas áreas de redação, marketing e assessoria de imprensa.

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