O salário mínimo estipulado para 2026 trará um aumento que, inicialmente, pode parecer benéfico para o trabalhador.
Contudo, por trás do montante que aparece no holerite, há uma realidade menos conhecida: o custo total para a empresa é bastante superior à quantia que o funcionário realmente recebe.
Com a previsão de um salário mínimo de R$ 1.621, o efeito vai muito além do valor bruto e inclui uma série de encargos obrigatórios que elevam consideravelmente os gastos mensais do empregador.
Quando o assunto é salário mínimo, muitas pessoas supõem que o valor anunciado é o total que o trabalhador recebe. No entanto, em 2026, a situação é bastante diferente.
Remuneração do trabalhador
Para manter um empregado sob o regime CLT que receba o salário mínimo em 2026, a empresa precisará desembolsar mensalmente uma quantia que supera os R$ 3 mil. Esse é o custo real do emprego ao incluir salário, encargos, benefícios e provisões legais.
Se todo esse montante fosse convertido integralmente em pagamento, o trabalhador receberia entre R$ 3.040 e R$ 3.100 ao mês.
Na prática, isso implicaria em mais do que o dobro do salário mínimo oficial, proporcionando uma renda muito mais adequada ao custo de vida da época.
Valor que chega ao trabalhador
Do salário bruto de R$ 1.621, o colaborador enfrenta deduções obrigatórias, principalmente a contribuição para o INSS, que gira em torno de R$ 129 mensais. Assim, o valor líquido que realmente vai para a conta do trabalhador é aproximadamente R$ 1.490.
Isso significa que menos de 50% do custo total do emprego é efetivamente recebido pelo trabalhador. O restante se perde antes de chegar ao seu bolso, mesmo sendo uma quantia resultante do seu próprio trabalho.
Custo de um empregado CLT em 2026
Para entender melhor essa discrepância, é necessário detalhar os cálculos. Em 2026, considerando o salário mínimo, o custo mensal de um empregado CLT será composto por:
- Um salário base de R$ 1.621,00
- FGTS de 8%, no valor de R$ 129,68
- INSS patronal de 20%, totalizando R$ 324,20
Além destes, incluem-se os benefícios mais frequentes. Um vale-refeição médio de R$ 20 diários, considerando 22 dias úteis, representa um custo mensal de R$ 440.
O vale-transporte, estipulado em R$ 10 diários, alcança R$ 220, mas após a dedução legal de R$ 97,26 sobre o salário, o custo efetivo para a empresa fica em R$ 122,74.
Acrescentam-se também as provisões obrigatórias. O valor referente às férias, incluindo um adicional de um terço, requer uma reserva mensal de R$ 180,11, além de R$ 14,41 de FGTS e R$ 36,02 de INSS.
Adicionalmente, o 13º salário gera uma provisão mensal de R$ 135,08, acrescida de R$ 10,81 de FGTS e R$ 27,02 de INSS.
Somando todas estas despesas, o custo mensal para manter um empregado CLT que recebe o salário mínimo em 2026 ultrapassa os R$ 3 mil.