Comissão aprova mudanças em fundos e offshores

Veja o que significam as mudanças aprovadas por Comissão do Senado, e o que os fundos de investimento e offshores tem a ver com a sua vida
- Anúncio -

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal aprovou nesta semana a proposta do governo federal que altera as regras do Imposto de Renda. As alterações atingem os fundos de investimentos e as chamadas offshores.

Popularmente, este projeto está sendo chamado nas redes sociais de “taxação dos super-ricos”. A aprovação aconteceu ainda na quarta-feira (22), mas o documento ainda não está valendo. O próximo passo é esperar pela decisão do Plenário.

“Volto a reafirmar a importância do projeto como um passo adiante na justiça tributária no Brasil, garantindo uma tributação compatível com a média internacional”, disse o relator da proposta, o senador Alessandro Vieira (PSDB-SE).

O que muda nos fundos e no offshores?

Para os fundos exclusivos, a ideia é aplicar as seguintes taxações:

  • IR de 15% (fundos de longo prazo) ou de 20% (fundos de curto prazo, de até um ano) sobre os rendimentos, arrecadado uma vez a cada semestre por meio do sistema de “come-cotas” a partir do ano que vem. Fundos com maiores prazos de aplicação terão alíquotas mais baixas por causa da tabela regressiva do IR;
  • Recolhimento antecipado: quem optar por começar a pagar o “come-cotas” este ano poderá pagar 8% sobre todos os rendimentos obtidos até 2023 parcelados em quatro vezes, com a primeira prestação a partir de dezembro; ou 15% em 24 meses, com a primeira parcela em maio de 2024.

Já no caso das offshores, as regras são as seguintes:

  • Alíquota: 15% anuais sobre os rendimentos a partir de 2024, mesmo se o dinheiro permanecer no exterior.
  • Apuração anual dos lucros das offshores até 31 de dezembro.
  • Recolhimento antecipado: mesma regra dos fundos exclusivos.

Reforma do Imposto de Renda

Quem está animado com esta aprovação é o secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy. Segundo ele, a aprovação do projeto de lei de taxação das offshores teria sido uma indicação mais clara de que o Congresso quer discutir uma Reforma do Imposto de Renda.

“Essa sinalização do Congresso de que está disposto a discutir temas de tributação de renda, ainda que isso não agrade quem está sendo beneficiado pelas distorções do sistema atual, é uma sinalização positiva para o que virá, para o resto da discussão da reforma do imposto de renda”, disse.

Para Appy, o atual sistema de tributação de renda do país precisa ser revisto porque existem muitas “distorções distributivas” que estariam prejudicando os mais pobres, e beneficiando os mais ricos.

“Com offshores e fundos exclusivos, pessoas de alta renda tem diferimentos na tributação que não existem para pessoas de classe média que tem seu dinheiro aplicado em fundos de investimentos comuns”, aponta.

Leia também
×
App O Trabalhador
App do Trabalhador
⭐⭐⭐⭐⭐ Android e iOS - Grátis