Defasagem da isenção do Imposto de Renda chega a 148% em 2023

Estudos indicam que uma falta na correção da tabela do Imposto de Renda está impactando no bolso de trabalhadores mais humildes com o aumento da inflação

O aumento da inflação e a falta de uma correção da tabela do Imposto de Renda nos últimos anos está fazendo com que mais trabalhadores pobres tenham que pagar mais impostos. Segundo projeções oficiais, a defasagem da tabela do Imposto de Renda já atingiu a marca dos 148%.

A última vez que o Brasil atualizou a sua tabela de isenção do Imposto de Renda foi em 2013, quando o país ainda era governado pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Naquela ocasião, ficou decidido que os cidadãos que recebiam menos de R$ 1,9 mil não precisavam declarar o IR. Sem nova correção, é este o valor considerado até hoje.

Como em todo este meio tempo houve um inegável aumento da inflação, é possível dizer que os R$ 1,9 mil de 2013 já não valem mais os R$ 1,9 mi de 2023. Nestes dez anos, o sistema inflacionário corroeu o poder de compra dos brasileiros, e cada vez mais trabalhadores pobres estão sendo empurrados para a “mordida do leão”.

Caso a correção da tabela do Imposto de Renda ocorresse, de fato, todos os anos no mesmo ritmo da inflação, hoje todos os trabalhadores que ganham até R$ 4,7 mil estariam isentos da declaração. Os cálculos em questão são da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco).

Neste cenário, o Brasil contaria com mais de 20 milhões de isentos a mais do que o cenário atual. Estas pessoas ainda precisam declarar o Imposto de Renda, por causa da falta da correção da tabela nos últimos anos.

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O Imposto de Renda

Nas eleições do ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu que poderia corrigir a tabela e isentar todos os trabalhadores que ganham até R$ 5 mil. Já naquela ocasião, economistas diziam que a medida seria quase impossível de ser cumprida.

O fato é que depois de eleito, Lula afirma que ainda deverá cumprir a promessa de campanha. Contudo, agora ele afirma que a correção da tabela do Imposto de Renda vai ser feita de maneira gradual.

Em entrevista à CNN Brasil, ele confirmou que vai elevar a isenção, mas para um valor naturalmente menor do que aquele que foi prometido no ano passado.

“Vamos começar a isentar em R$ 2.640 até chegar em R$ 5 mil de isenção. Tem que chegar, porque foi compromisso meu e vou fazer”, disse.

Ele não disse quando será possível chegar na marca dos R$ 5 mil, patamar que foi prometido por ele durante a campanha.

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