Haddad decide adiar envio do texto da Reforma do Imposto de Renda

Inicialmente, ideia era enviar texto da Reforma do Imposto de Renda já no mês de agosto, mas Ministro da Fazenda decidiu mudar de ideia

O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) confirmou que o Governo Federal deverá enviar a proposta da Reforma do Imposto de Renda ao Congresso nacional “mais para o final do ano”. Trata-se, portanto de uma mudança de postura sobre o assunto. Em entrevista recente, o chefe da pasta econômica tinha falado sobre enviar o documento já em agosto.

“Isso (proposta de reforma do imposto de renda) só depois da aprovação da reforma tributária do consumo. Mais para o final do ano”, declarou Haddad a jornalistas.

A Reforma Tributária já foi aprovada pela Câmara dos Deputados e deve ser analisada no Senado Federal a partir de agosto. O Governo estima concluir toda a tramitação deste texto apenas em outubro.

“Você vai misturar assuntos muito diferentes e comprometer a reforma sobre o consumo”, avaliou o Ministro. De uma certa forma, ele está acatando o argumento que boa parte dos senadores vinham utilizando nos últimos dias. Eles querem debater as duas reformas de forma separada para não causar uma confusão sobre os dois assuntos.

A Reforma Tributária prevê uma mudança na estrutura da cobrança de impostos do país sobre o consumo e sobre os serviços. Já a Reforma do Imposto de Renda prevê uma alteração no sistema de cobrança de impostos sobre a renda dos brasileiros. É justamente este texto que deve começar a ser debatido apenas no final do ano.

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A Reforma do Imposto de Renda

A Reforma do Imposto de Renda foi uma das principais promessas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições do ano passado. Durante a campanha, o petista prometeu que poderia colocar “o pobre no orçamento, e o rico no Imposto de Renda”. Esse mote foi utilizado pelos seus militantes, mas até agora não foi aplicado na prática.

Em maio, Lula estabeleceu um aumento no teto da isenção do Imposto de Renda. Desde então, trabalhadores que ganham até dois salários mínimos não precisam mais se preocupar com a taxação. O patamar de isenção, no entanto, ainda está longe do prometido pelo presidente na campanha, que foi de R$ 5 mil.

Em declaração recente, Lula sinalizou que a sua promessa ainda está de pé, e que vai conseguir aumentar a isenção para R$ 5 mil até o final do seu mandato de maneira gradativa. Para tanto, ele vai ter que aprovar esta Reforma do Imposto de Renda.

“O trabalhador hoje está isento, graças ao presidente Lula, até R$ 2.640. Você ganhou R$ 2.650, já paga. E uma pessoa que ganha R$ 2.640.000,00 está isenta? Como um país com tanta desigualdade isenta o 1% mais rico da população? Qual vai ser o dia em que nós vamos olhar para o problema e resolvê-lo?”, disse o Ministro Fernando Haddad.

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