Haddad divulga novos detalhes sobre Reforma do Imposto de Renda
Ministro da Fazenda disse em entrevista que vai começar a discutir Reforma do Imposto de Renda e que já esperar resistências dos mais ricosO Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse em entrevista que vai começar a discutir a Reforma do Imposto de Renda em breve. De acordo com o chefe da pasta econômica, o Governo Federal já sabe que vai encontrar resistências por parte dos mais ricos.
“É claro (que vai existir resistência). Mas nós vamos divulgar os dados. Você acha que um brasileiro que é rico, tem residência no Brasil e dinheiro fora, não tem que pagar pelo rendimento de um fundo offshore pessoal? Por quê? Qual é o sentido?”, questionou o Ministro da Fazenda.
A Reforma do Imposto de Renda
Ao contrário da Reforma Tributária, que previa uma mudança no sistema da cobrança de impostos sobre o consumo e serviços, a Reforma do Imposto de Renda prevê alterações na carga tributária sobre a renda das pessoas, ou seja, terá um impacto maior no bolso dos brasileiros.
Para Haddad, a nova Reforma do Imposto da Renda vai ter que aumentar a taxação para os mais ricos, ao mesmo passo em que vai diminuir a taxação para os mais pobres. De acordo com o chefe da pasta econômica, este seria o movimento mais justo a ser seguido.
“O trabalhador hoje está isento (de imposto de renda), graças ao presidente Lula, até R$ 2.640. Você ganhou R$ 2.650, já paga. E uma pessoa que ganha R$ 2.640.000,00 está isenta? Como um país com tanta desigualdade isenta o 1% mais rico da população? Qual vai ser o dia em que nós vamos olhar para o problema e resolvê-lo?”, disse ele.
Depende do Congresso Nacional
Nas eleições do ano passado, o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu que conseguiria colocar “o pobre no orçamento, e o rico no Imposto de Renda”. Mas esta decisão não depende apenas do Governo Federal, mas também do Congresso Nacional.
Na entrevista divulgada pelo jornal Folha de São Paulo nesta terça-feira (18), Haddad disse que não sabe exatamente qual vai ser a posição do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), no rito de aprovação deste documento.
“O Congresso, que vai dar a última palavra, sabe o seguinte: quando você está vivendo um ciclo de bonança, tem para todo mundo. Agora não tem. E a sua omissão vai significar uma pessoa a mais com fome”, disse Haddad.
“É justo eu cortar o salário mínimo do Bolsa Família para manter uma isenção, repito, que não existe em nenhum outro lugar, a não ser em paraíso fiscal?”, questionou o Ministro.