Imposto de Renda: Reforma avança, mas Lula é pressionado por cortes
Reforma do Imposto de Renda recebe apoio de Eduardo Paes e Eduardo Leite, mas ambos cobram do governo Lula cortes de gastos e mais eficiência do EstadoA proposta de reforma do Imposto de Renda voltou ao centro do debate político.
Durante o evento Diálogos, promovido pelo jornal O Globo, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), demonstraram apoio à reformulação do tributo, mas não pouparam críticas ao governo Lula por falta de medidas concretas de corte de gastos.
Paes defendeu que o sistema atual é regressivo e penaliza os mais pobres. Já Leite destacou que o Executivo tem priorizado o aumento de arrecadação sem atacar o problema das despesas públicas.
Isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil
A proposta do Ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad, já está em tramitação na Câmara dos Deputados.
O principal ponto é a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês.
Por outro lado, contribuintes com rendimentos acima de R$ 50 mil mensais passarão a pagar uma alíquota maior, com o objetivo de equilibrar o impacto fiscal da mudança.
Pressão por cortes de gastos
Apesar do apoio à reforma, os dois líderes políticos destacaram a ausência de sinalizações claras sobre o corte de despesas públicas. Eduardo Leite foi direto:
“A percepção que se tem na população é de que há muito apetite para arrecadar e pouco para corte de gastos.”
Segundo ele, o novo arcabouço fiscal apostou demais em aumento de receitas, sem a contrapartida esperada de redução de gastos.
Além do Imposto de Renda
Outro ponto de convergência entre os gestores foi a necessidade de uma nova reforma da Previdência, principalmente por conta do envelhecimento da população e dos altos custos do sistema atual para os cofres públicos.
Essa proposta, no entanto, ainda não foi debatida com clareza pelo governo federal.
Outros pontos de consenso e discordância
Além do Imposto de Renda, Paes e Leite também defenderam a exploração da Margem Equatorial pela Petrobras, alinhando-se à visão majoritária do governo Lula, mesmo diante das críticas ambientais.
Por outro lado, quando o tema foi segurança pública, Eduardo Paes fez questão de marcar distância do PT, afirmando que costuma discordar da legenda nesse ponto, tema que será central caso ele dispute o governo do Rio em 2026.
Críticas ao bolsonarismo
Ambos os líderes também condenaram articulações de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro junto ao governo dos Estados Unidos, com o objetivo de impor tarifas comerciais ao Brasil.
Também se posicionaram contra a pauta da anistia defendida por setores da direita.