Proposta de isenção do Imposto de Renda pode ser adiado

Em entrevista, senador eleito Wellington Dias (PT-PI) sinalizou que a promessa de aumento da isenção do Imposto de Renda pode ficar para depois

O governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deverá adiar a promessa de aumentar a isenção do Imposto de Renda. Uma das principais propostas de campanha do petista foi a correção da tabela para que trabalhadores que recebem até R$ 5 mil não paguem mais esta despesa.

Em entrevista ao programa Roda Viva nesta segunda-feira (14), o senador Wellington Dias (PT-PI), disse que a ideia de corrigir esta tabela do Imposto de Renda seria uma promessa de campanha, ou seja, ela não vai ser pautada no final deste ano, mas durante os quatro anos de mandato de Lula.

“É uma proposta para o mandato. Ela não está sendo tratada nem na PEC (PEC da Transição) e nem na reorganização do orçamento (para o ano de 2023)”, declarou ele.

“Temos uma situação em que temos de tratar de forma emergencial o que já é emergência agora. Faltam remédios, há filas de cirurgias, de exames, não consegue porque não tem dinheiro para comprar insumos, pagar profissionais. O presidente (Lula) quer que conste o dinheiro necessário para abrir 2023 já reduzindo essas filas”, declarou ele.

Analistas acreditam que a declaração de Dias sinaliza que o governo eleito planeja bancar uma correção da tabela do Imposto de Renda dentro de uma discussão maior: a aprovação de uma Reforma Tributária nos próximos anos.

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Correção da tabela do Imposto de Renda

Logo depois das eleições deste ano, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou que poderia ajudar o presidente eleito a aprovar um projeto para corrigir a tabela do imposto de renda este ano.

A declaração de Dias no Roda Viva sinaliza mais uma vez que a equipe de Lula não concorda com esta ideia. Uma ala acredita que o melhor a se fazer é aprovar o tema apenas depois que o novo Congresso Nacional assumir o poder ainda em fevereiro deste ano.

A última correção da tabela do Imposto de Renda aconteceu em 2015, ainda durante o mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). De acordo com aquela correção, o sistema atual indica que a isenção só é válida para os trabalhadores que recebem até R$ 1,9 mil.

Durante a campanha presidencial, o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva chegou a sinalizar que bancaria a isenção do Imposto de Renda para todos os trabalhadores que ganhavam até R$ 4 mil. Contudo, nas últimas semanas de campanha, ele disse que poderia bancar a isenção para quem recebia até R$ 5 mil.

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