Quem são os ricos que terão aumento do imposto de renda

Na noite desta quarta-feira (27), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) anunciou o tão esperado e polêmico pacote de corte de gastos. Trata-se do documento que prevê uma série de mudanças em programas sociais, previdenciários e trabalhistas.

Para além do pacote de corte de gastos, Haddad também anunciou que o governo vai enviar ao Congresso Nacional um projeto de lei que prevê o aumento da isenção do Imposto de Renda. A ideia é isentar todas as pessoas que recebem até R$ 5 mil por mês.

Essa foi uma das principais promessas de campanha do presidente Lula nas eleições de 2022. Até aqui, o petista não vinha conseguindo cumprir essa indicação justamente porque existia uma dificuldade fiscal para conseguir  aplicar essa alta elevação.

No anúncio realizado nessa quarta-feira (27), o ministro Haddad afirmou que chegou a uma espécie de solução: ele vai propor um aumento do imposto de renda para as pessoas mais ricas, para que o país consiga beneficiar os mais pobres.

Mas afinal de contas, quem são as pessoas mais ricas? Qual é o tamanho do imposto que esses cidadãos precisarão pagar dentro desse novo sistema proposto pelo governo federal?

Os mais ricos no Imposto de Renda

O pacote fiscal elaborado pelo governo federal prevê uma alíquota de 10% de imposto de renda para aquelas pessoas que eles consideram como super ricos.

Estamos falando de cidadãos com renda anual acima de R$ 1 milhão. Os dados oficiais apontam que pouco mais de 100 mil pessoas se enquadram nessa situação, e deverão começar a ser taxados com mais força quando esse projeto for aprovado.

O texto afirma que essas pessoas começarão a ser taxadas de maneira escalonada. Assim, logo no primeiro momento o tamanho da taxação não é dos maiores

“Nós estamos fazendo um conceito novo, de imposto de renda mínimo, considerado toda a renda da pessoa, e considerado tudo que ele pagou de imposto de renda naquele exercício”, disse Haddad.

Enquanto aumenta os impostos para os mais ricos, o governo federal afirma que cerca de 10 milhões de contribuintes ficarão completamente isentos, enquanto 16 milhões pagarão menos imposto.

Equilíbrio das contas

Ainda de acordo com as contas do Ministério da Fazenda, esse sistema de correção da tabela do Imposto de Renda vai resultar em uma perda de arrecadação de cerca de R$ 35 bilhões por ano.

Com a introdução do imposto mínimo sobre os mais ricos, existiria um equilíbrio fiscal para a medida.

Em resumo:

• Quem ganha até R$ 5 mil mensais: isenção total;
• Quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7,5 mil mensais: crédito tributário aplicado como abatimento no imposto a pagar;
• Manutenção das regras atuais para quem ganha acima de R$ 7.500;
• Gastos com saúde continuarão podendo ser dedutíveis integralmente, incluindo planos de saúde e outros gastos;
• Isenção total de IR por razões de saúde passa a valer para quem recebe até R$ 20 mil por mês.