Se o Imposto de renda fosse corrigido pela inflação, quem ganharia? Veja os números

Presidente Lula anunciou nesta terça (18) o envio do projeto de lei que eleva a faixa de isenção do IR para a casa dos R$ 5 mil
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A tabela de contribuição do Imposto de Renda vem sendo alvo de uma série de debates há várias décadas no Brasil. O tema voltou à tona nesta semana porque o governo federal enviou ao congresso nacional o texto que propõe uma nova elevação para a casa dos R$ 5 mil. 

Atualmente, a faixa de isenção do imposto de renda está na casa dos R$ 2,8 mil, o que representa pouco menos do que dois salários mínimos. Em caso de aprovação do novo projeto, os trabalhadores que ganham até R$ 5 mil por mês não mais precisariam se preocupar com o tributo. 

Novo estudo sobre o Imposto de Renda

Fato é que um novo estudo conduzido pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco) mostrou como ficaria a tabela do imposto de renda caso ela acompanhasse a inflação acumulada desde 1996.

Atualmente, quem ganha até R$ 2.259,20 por mês está isento do pagamento de Imposto de Renda. Mas, segundo a simulação da Unafisco, esse valor subiria para R$ 5.211,51, um aumento de 130,68%.

Isso significaria que mais de 12,9 milhões de brasileiros deixariam de pagar o imposto, elevando o número total de isentos para 30,2 milhões de pessoas.

Mudanças nas alíquotas

Ainda considerando os números do estudo, todas as faixas de tributação teriam sofrido reajustes expressivos caso houvesse um acompanhamento pela inflação. 

Se essa mudança fosse implementada, a alíquota máxima de 27,5% só passaria a incidir sobre rendimentos superiores a R$ 12.885,29. Atualmente, essa cobrança começa em R$ 4.664,68.

As deduções também teriam outros impactos significativos:

  • Abatimento por dependente: de R$ 189,59 para R$ 523,71;
  • Gastos com educação: de R$ 3.561,50 para R$ 9.837,97.

Aumento da isenção do imposto de renda

Fato é que elevar a faixa de isenção do imposto de renda para a casa dos R$ 5 mil foi uma das principais promessas de campanha do presidente Lula nas eleições de 2022.

Até aqui, ele conseguiu elevar a faixa de isenção do imposto de renda em duas oportunidades no decorrer deste seu terceiro mandato. Mas o atual patamar ainda está longe dos R$ 5 mil prometidos. 

Pelas contas do Ministério da Fazenda, o aumento da isenção do imposto de renda para a casa dos R$ 5 mil deverá gerar uma perda de arrecadação de algo em torno de R$ 27 bilhões por ano. 

Para compensar a perda, a ideia do Ministério é elevar a tributação para as pessoas consideradas “super ricas”. Estamos falando de cidadãos que recebem mais de R$ 50 mil por mês, ou mais de R$ 600 mil por ano. 

Vale lembrar que todas essas propostas de mudança ainda estão nas mãos do congresso nacional. No decorrer das próximas semanas, os parlamentares deverão se debruçar mais sobre o tema. 

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