A política de valorização do salário mínimo, prevista para os próximos anos, trará um impacto direto e significativo na rede de proteção social do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Em 2026, uma parcela específica de segurados — os aposentados por incapacidade permanente que necessitam de auxílio de terceiros — poderá ver o valor de seu benefício ultrapassar a marca dos R$ 2 mil, mesmo que a base de sua contribuição tenha sido o piso nacional.
Atualmente, cerca de dois terços dos beneficiários da Previdência Social recebem o equivalente a um salário mínimo. Para esse grupo, o adicional de 25%, previsto no Artigo 45 da Lei 8.213/91, funciona como um suporte financeiro indispensável para custear cuidados básicos e assistência cotidiana.
O cálculo do impacto para 2026
Com a projeção do salário mínimo para R$ 1.621 em 2026, o cálculo do adicional torna-se matemático e direto. O acréscimo de 25% sobre o piso representa um aporte de R$ 405,25. Consequentemente, o valor final depositado na conta do segurado atingirá R$ 2.026,25.
Este aumento é particularmente relevante por ser um percentual fixo. Diferente de outros reajustes que podem variar conforme a faixa salarial, os 25% incidem sobre o valor total do benefício de quem comprova a dependência de cuidadores ou familiares para atividades básicas, como higiene, alimentação e locomoção.
Critérios de elegibilidade e condições médicas
O direito ao adicional não é automático para todos os aposentados por invalidez. A legislação brasileira restringe o bônus a quadros clínicos específicos que comprometam a autonomia do indivíduo.
Entre as condições listadas pelo INSS, destacam-se:
- Comprometimentos físicos graves: Cegueira total, paralisia de membros (braços ou pernas) e perda de nove ou mais dedos das mãos.
- Limitações de locomoção: Perda dos membros inferiores quando a prótese é inviável.
- Condições neurológicas e mentais: Alteração das faculdades mentais com grave perturbação da vida social e doenças que mantenham o paciente permanentemente acamado.
Como fazer a solicitação
O processo para obter o acréscimo ocorre de forma digital, mas exige rigor documental. O segurado deve acessar a plataforma Meu INSS e buscar pelo serviço “Acréscimo de 25%”.
A etapa mais crítica do processo é a perícia médica. No dia agendado, o solicitante deve apresentar laudos, exames e relatórios médicos atualizados que comprovem não apenas a doença, mas a necessidade de assistência contínua.
Documentação necessária:
- Documento de identidade oficial com foto (RG, CNH ou CIN).
- CPF do titular e, se houver, do representante legal.
- Laudos médicos originais detalhando a incapacidade e a necessidade de auxílio.
Importância do planejamento
Embora o aumento nominal ofereça um fôlego financeiro, especialistas alertam que o valor ainda é modesto frente aos custos de cuidados especializados.
Por isso, a manutenção dos dados atualizados no Cadastro Único e o acompanhamento regular das perícias são essenciais para evitar suspensões indevidas do benefício.