segunda-feira,
27 de outubro de 2025

Alfaiate dos famosos é alvo de investigação e pode ter recebido R$ 24 milhões de esquema do INSS

Alfaiate dos famosos é suspeito de receber R$ 24 milhões em esquema que desviou bilhões do INSS. CPI investiga repasses e defesa nega irregularidades

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Um alfaiate conhecido no mundo das celebridades agora aparece no centro das investigações sobre um esquema que desviou bilhões do INSS. 

Documentos da CPI mista apontam que João Camargo teria recebido R$ 24 milhões ligados a fraudes envolvendo aposentadorias e benefícios.

Camargo, que há duas décadas atua na confecção de ternos de luxo e já comandou um ateliê em Brasília, foi convocado para prestar esclarecimentos no Congresso Nacional. 

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Ele é suspeito de ligação com uma associação investigada pela Polícia Federal por desviar recursos de beneficiários do INSS.

Ligação com empresa investigada pelo esquema do INSS

De acordo com a documentação exibida na CPI, uma empresa do alfaiate foi beneficiada pela Amar Brasil, associação investigada pelos desvios. 

O repasse ocorreu por meio da MKT Connection Group, consultoria fundada por Camargo, da qual ele é o único sócio.

O Coaf identificou movimentações milionárias e detalhou a linha do tempo das transações:

Como funcionava:

  • 12/12/2022: João Camargo abre a MKT Connection Group;
  • dez/2022 a abr/2025: a empresa recebe R$ 24,3 milhões da Amar Brasil;
  • no mesmo período: a MKT envia R$ 784,5 mil para a Amar Brasil;
  • total de transações: 65 repasses, sendo 54 em direção à empresa de Camargo.

As cifras chamaram atenção dos parlamentares que investigam o rombo superior a R$ 6,3 bilhões nos cofres do INSS.

O que diz a defesa

A defesa do alfaiate afirma que não houve qualquer prática ilegal envolvendo a MKT Connection Group. Em nota, os advogados sustentam que a investigação esclarecerá os fatos:

“A MKT Connection agiu e sempre age dentro da legalidade. Não há nada que envolva a alfaiataria em qualquer investigação”, diz a defesa.

Outras ligações do alfaiate investigado

O suposto envolvimento de Camargo também inclui outra empresa: a Kairos Representações LTDA, criada em outubro de 2023 e encerrada em fevereiro de 2024. Apesar disso, não há repasses diretos das associações investigadas para a Kairos.

Quatro ex-sócios aparecem na mira da Polícia Federal por possível participação no desvio de recursos do INSS. São eles:

  • Américo Monte Junior: apontado como dirigente da ANDAPP;
  • Anderson Cordeiro Vasconcelos: ligado à Master Prev;
  • Felipe Macedo Gomes: dirigente da Amar Brasil;
  • José Branco Garcia: responsável pela Jbg Apoio Empresarial.

Todos foram convocados para depor na CPI, assim como João Camargo.

Renome na moda antes da CPI do INSS

João Camargo construiu uma carreira dentro da alta costura. Aos 50 anos, mantém uma loja em São Paulo desde 2005 e já vestiu nomes como Silvio Santos, Bruno Gagliasso e Rodrigo Faro. Antes disso, passou por marcas como Brooksfield e Ricardo Almeida.

O alfaiate também ganhou visibilidade entre políticos e empresários, chegando a manter um ateliê no Lago Sul, área nobre de Brasília, cenário bem diferente do que enfrenta agora com a investigação do INSS.

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Aécio de Paula
Aécio de Paula
Jornalista formado pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e pós-graduado em Direitos Humanos pela mesma instituição. Atua na produção, edição e apuração de conteúdos sobre política, economia, sociedade e cultura, com experiência em redações e portais de notícia.

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