Bancos querem congelar antecipação de benefícios do INSS; entenda motivo

Existe muita preocupação em torno da liberação de descontos em aposentadorias e pensões do INSS. Veja o que se sabe até aqui
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A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) decidiu tomar uma atitude diante de um esquema que envolveu a retenção indevida de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), revelado pela Polícia Federal (PF). 

Em um ofício a ser enviado ao Ministério da Previdência Social, liderado por Carlos Lupi, a Febraban deve solicitar a suspensão da antecipação dos benefícios, alegando que os pagamentos podem estar comprometidos por irregularidades.

A operação da PF

A situação ganhou destaque após uma operação da PF identificar que associações e sindicatos conseguiram desviar nada menos que R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, por meio de um esquema de retenção indevida de valores. 

O assunto foi discutido com preocupação durante uma reunião do Conselho Nacional de Previdência Social, na última segunda-feira (28). O encontro contou com a participação do diretor-executivo de Inovação da Febraban,  Ivo Mósca.

O programa Meu INSS Vale+

O programa Meu INSS Vale+ começou com uma promessa simples: antecipar até R$ 150 do benefício mensal dos aposentados, pensionistas e demais beneficiários, sem custos adicionais. 

A ideia, de uma maneira geral, era aliviar as finanças dos cidadãos enquanto impulsionava a economia.

Em fevereiro de 2025, uma mudança no regulamento aumentou esse limite para R$ 450, ampliando a oferta do programa. 

Entretanto, a operação da PF e as investigações sobre as irregularidades podem colocar em risco a confiança nesse sistema.

As novas críticas da Febraban ao INSS

Ivo Mósca apontou os riscos associados ao programa que, segundo ele, não seguia os limites de juros do mercado e envolvia uma série de outros problemas estruturais. 

A antecipação dos valores, que se realiza como um desconto na parcela do mês seguinte, tem gerado preocupação, especialmente pelo impacto sobre os aposentados que dependem do benefício.

“Além de prejudicar os aposentados, esse produto traz questões complexas sobre a forma como está sendo operacionalizado”, afirmou Mósca durante a reunião do Conselho de Previdência.

Com a pressão de órgãos como a Febraban e as investigações em andamento, o futuro da antecipação dos benefícios do INSS segue incerto.

Polêmica dentro do INSS

Desde que a operação da PF foi deflagrada, muito já aconteceu dentro do governo federal. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por exemplo, decidiu demitir o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, no mesmo dia do ocorrido. 

Agora, existe uma certa pressão para que Lula demita o próprio ministro da Previdência, Carlos Lupi, mesmo que ele não esteja, até aqui, no grupo de investigados pela Polícia Federal. 

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