CGU critica bônus de produtividade inaugurado pelo INSS

Bônus por produtividade de servidores foi uma das medidas tomadas pelo INSS para tentar reduzir a fila de espera, que alcança quase 1,8 milhão de brasileiros

Uma auditoria realizada pela Controladoria Geral da União (CGU) concluiu que o bônus de produtividade pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aos seus servidores, não surtiu o efeito esperado. A análise leva em consideração os dados de pagamentos identificados entre os anos de 2019 e 2022.

Segundo a análise da CGU, o bônus de produtividade que foi pago não surtiu a eficácia esperada pelo governo anterior. Pelo contrário, a auditoria confirmou que o sistema de pagamentos acabou reduzindo a qualidade da análise dos processos pelos servidores da autarquia.

O programa, que segundo a CGU não teve eficácia nenhuma, acabou custando R$ 292,6 milhões. Este dinheiro foi usado pelo governo para pagar um bônus de R$57,70 por análise extra concluída pelos servidores do INSS.  Neste sentido, a Controladoria também identificou que alguns funcionários ganharam até mais do que o teto constitucional.

“Verificou-se análise de grande número de tarefas com baixa contribuição para a eficácia em relação ao alcance dos objetivos do bônus pagamentos de bônus acarretando remuneração em valor superior ao teto constitucional”, diz a CGU

“Além disso, também se identificou uma redução da qualidade das análises dos processos”, afirmou a CGU em auditoria.”, diz o documento da Controladoria Geral da Uniçao (CGU) sobre o tema.

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O motivo da queda

Na avaliação da CGU, a queda na qualidade das análises dos processos se deu basicamente por três motivos. São eles:

  • Alguns servidores priorizaram processos mais fáceis de ser concluídos;
  • Como o bônus era pago no horário extradiornário do expediente, alguns servidores ficaram menos produtivos no expediente ordinário;
  • A pressa para analisar processos e ganhar bônus levou a um aumento de revisão dos casos.

Nova rodada de bônus do INSS

Vale frisar que esta análise da CGU leva em consideração apenas o bônus que foi pago ainda durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Não há, portanto, uma avaliação da eficácia dos bônus que estão sendo pagos pelo atual governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

De todo modo, no documento enviado nesta semana, a Controlaria pede ao atual governo que, se retomar o pagamento do bônus, é necessário tomar mais cuidado para impedir que exista um gasto do dinheiro público em algo que não vai ter a eficácia esperada.

O Ministério da Previdência Social disse que está estudando o documento enviado pela CGU, para poder responder a Controladoria Geral da União e aplicar os conselhos que foram indicados para não repetir os erros do passado.

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