A CPI do INSS avançou mais uma etapa nesta quinta-feira (4) ao aprovar a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master.
O colegiado também decidiu convocá-lo para prestar esclarecimentos, embora a data ainda não tenha sido definida.
Segundo o relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), Vorcaro precisa explicar operações de crédito consignado oferecidas pelo Master a aposentados e pensionistas, ponto central da investigação conduzida pelos parlamentares.
Prisão, soltura e disputa judicial
Vorcaro foi detido no dia 17, durante uma operação da Polícia Federal que investiga a venda de papéis do Banco Master ao Banco de Brasília (BRB). Ele deixou a prisão na sexta-feira (28), após decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
No entanto, o Ministério Público Federal contestou a liberação e pediu que a prisão seja mantida.
A PF aponta que o Master oferecia Certificados de Depósito Bancário (CDBs) com promessa de rendimento até 40% acima da taxa básica do mercado.
Ainda de acordo com a corporação, os valores retornados não correspondiam ao que era prometido, e o esquema pode ter movimentado cerca de R$ 12 bilhões.
Intervenção do Banco Central
No mesmo dia da operação da PF, o Banco Central determinou que o Banco Master passasse a operar sob administração especial temporária por 120 dias e decretou a liquidação extrajudicial do conglomerado.
A decisão ocorreu um dia após a Fictor Holding apresentar uma proposta de compra da instituição.
Histórico de problemas financeiros
Antes da intervenção, o Master já enfrentava risco de falência, pressionado pelo alto custo de captação e por investimentos considerados arriscados.
Entre os casos mais conhecidos estavam os títulos de renda fixa que prometiam retorno acima da média do mercado.
A instituição também era reconhecida por adquirir precatórios e por investir em empresas em situação financeira delicada.
Para tentar evitar a quebra, diferentes propostas de venda foram apresentadas ao longo do processo — incluindo um interesse do BRB — mas todas acabaram canceladas em meio a questionamentos, disputas políticas e falta de transparência.
É possível se proteger de descontos indevidos do INSS?
Para evitar descontos indevidos no INSS, especialistas recomendam acompanhar frequentemente o extrato de pagamento do benefício, disponível no aplicativo ou site Meu INSS.
Outra orientação é não fornecer dados pessoais por telefone, mensagens ou redes sociais, já que golpes costumam usar abordagens falsas para obter informações.
Além disso, é importante conferir contratos antes de qualquer adesão e desconfiar de ofertas de crédito com vantagens fora do padrão do mercado.
Caso o aposentado identifique valores desconhecidos, a recomendação é registrar a contestação imediatamente no INSS e buscar orientação em canais oficiais para impedir novas cobranças.