quinta-feira,
11 de dezembro de 2025

CPI do INSS dá passo que muda o rumo da investigação

CPI do INSS aprova novas medidas sobre o caso Master e avança na investigação envolvendo Daniel Vorcaro. Veja o que se sabe até aqui

A CPI do INSS avançou mais uma etapa nesta quinta-feira (4) ao aprovar a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master. 

O colegiado também decidiu convocá-lo para prestar esclarecimentos, embora a data ainda não tenha sido definida.

Segundo o relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), Vorcaro precisa explicar operações de crédito consignado oferecidas pelo Master a aposentados e pensionistas, ponto central da investigação conduzida pelos parlamentares.

Prisão, soltura e disputa judicial

Vorcaro foi detido no dia 17, durante uma operação da Polícia Federal que investiga a venda de papéis do Banco Master ao Banco de Brasília (BRB). Ele deixou a prisão na sexta-feira (28), após decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. 

No entanto, o Ministério Público Federal contestou a liberação e pediu que a prisão seja mantida.

A PF aponta que o Master oferecia Certificados de Depósito Bancário (CDBs) com promessa de rendimento até 40% acima da taxa básica do mercado. 

Ainda de acordo com a corporação, os valores retornados não correspondiam ao que era prometido, e o esquema pode ter movimentado cerca de R$ 12 bilhões.

Intervenção do Banco Central

No mesmo dia da operação da PF, o Banco Central determinou que o Banco Master passasse a operar sob administração especial temporária por 120 dias e decretou a liquidação extrajudicial do conglomerado. 

A decisão ocorreu um dia após a Fictor Holding apresentar uma proposta de compra da instituição.

Histórico de problemas financeiros

Antes da intervenção, o Master já enfrentava risco de falência, pressionado pelo alto custo de captação e por investimentos considerados arriscados. 

Entre os casos mais conhecidos estavam os títulos de renda fixa que prometiam retorno acima da média do mercado.

A instituição também era reconhecida por adquirir precatórios e por investir em empresas em situação financeira delicada.

Para tentar evitar a quebra, diferentes propostas de venda foram apresentadas ao longo do processo — incluindo um interesse do BRB — mas todas acabaram canceladas em meio a questionamentos, disputas políticas e falta de transparência.

É possível se proteger de descontos indevidos do INSS?

Para evitar descontos indevidos no INSS, especialistas recomendam acompanhar frequentemente o extrato de pagamento do benefício, disponível no aplicativo ou site Meu INSS. 

Outra orientação é não fornecer dados pessoais por telefone, mensagens ou redes sociais, já que golpes costumam usar abordagens falsas para obter informações. 

Além disso, é importante conferir contratos antes de qualquer adesão e desconfiar de ofertas de crédito com vantagens fora do padrão do mercado. 

Caso o aposentado identifique valores desconhecidos, a recomendação é registrar a contestação imediatamente no INSS e buscar orientação em canais oficiais para impedir novas cobranças.

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Aécio de Paula
Aécio de Paula
Jornalista formado pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e pós-graduado em Direitos Humanos pela mesma instituição. Atua na produção, edição e apuração de conteúdos sobre política, economia, sociedade e cultura, com experiência em redações e portais de notícia.

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