terça-feira,
16 de dezembro de 2025

Golpes contra 60+: veja as “iscas” mais usadas e saiba como agir rápido

Criminosos usam táticas de 'engenharia social' e falsos comunicados do INSS para prejudicar pessoas com 60 anos ou mais

O mês de outubro traz um alerta urgente para a segurança de idosos. 

Uma nova onda de crimes financeiros e de “engenharia social” tem explorado a boa-fé e a confiança da população com 60 anos ou mais, utilizando táticas que envolvem o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), falsas centrais de banco ou pedidos de socorro de supostos parentes.

Por que o público 60+ é o alvo principal?

Golpistas miram neste público por uma combinação de fatores. Eles presumem que os idosos, em geral, possuem economias ou benefícios estáveis (como aposentadoria do INSS) e, ao mesmo tempo, podem ter menos familiaridade com a velocidade e complexidade de golpes digitais, como os que utilizam Pix ou WhatsApp.

As táticas de engenharia social exploram a tendência da geração a ser mais educada ao telefone e a confiar em supostas “figuras de autoridade”, como um falso gerente de banco ou um suposto funcionário público.

As principais vulnerabilidades exploradas pelos criminosos são o medo de perder o benefício do INSS ou ter a aposentadoria bloqueada, a preocupação imediata com a segurança de um familiar e o receio de ter a conta bancária invadida.

Táticas mais usadas contra aposentados

1. Falsos Comunicados do INSS:

O golpe da “revisão da aposentadoria” ou “prova de vida online” é extremamente comum. O criminoso finge ser do INSS, liga para a vítima e diz que o benefício será bloqueado se a pessoa não “atualizar os dados” ou “fazer a prova de vida” clicando em um link ou fornecendo uma senha.

Fique Atento: A prova de vida do INSS mudou e ocorre por cruzamento de dados. O órgão NUNCA entra em contato ativamente por WhatsApp ou SMS pedindo senhas ou fotos. Toda consulta deve partir do cidadão pelo aplicativo Meu INSS ou pelo portal oficial Gov.br.

2. Golpe do Empréstimo Consignado Falso:

Neste caso, o golpista oferece um crédito com juros baixos ou a “portabilidade” da dívida, mas exige um pagamento Pix adiantado como “taxa de liberação de crédito”.

Regra de Ouro: Nenhuma instituição financeira séria pede taxa antecipada para liberar um empréstimo. Isso é um golpe.

Golpe do “Parente em Apuros”

Explorando o laço afetivo, o criminoso liga para a vítima (muitas vezes na madrugada) ou manda mensagem no WhatsApp com um número desconhecido, fingindo ser um filho, neto ou sobrinho em uma emergência.

As desculpas mais comuns são que o carro quebrou na estrada, que a pessoa sofreu um acidente ou que foi detida em uma falsa blitz policial.

A tática envolve pressão emocional e imediata (“Mãe, me ajuda rápido!”) e o pedido para que a vítima não desligue, impedindo-a de ligar para o familiar verdadeiro e checar a história. No pânico, a transferência (geralmente via Pix) ocorre sem confirmação.

Alerta para Família

O principal sinal de alarme é qualquer pedido de dinheiro ou senha que ocorra por telefone ou WhatsApp, não importa quem diga ser. Bancos e órgãos públicos como o INSS NÃO operam dessa forma. Na dúvida, desligue.

Desconfie de qualquer história que envolva pressa (“tem que ser agora”, “o benefício vai ser bloqueado”) ou sigilo (“não conte para ninguém”). 

Estas são as ferramentas clássicas da engenharia social para impedir que a vítima peça uma segunda opinião.

Fui vítima, como agir?

Se a fraude acabou de ocorrer (especialmente um Pix), a ação deve ser imediata:

  1. Ligue para o seu banco: Solicite o MED (Mecanismo Especial de Devolução) para tentar bloquear os valores na conta do golpista.
  2. Mude as Senhas: Acesse os aplicativos oficiais e altere todas as senhas que possam ser alvo.

É obrigatório registrar a fraude legalmente:

  • Reúna Provas: Salve prints das mensagens, números e comprovantes do Pix.
  • Boletim de Ocorrência (B.O.): Faça um B.O. online. A maioria dos estados permite o registro de estelionato digitalmente.

Denuncie o INSS Falso: Se a fraude envolveu o nome do INSS, registre também uma denúncia na ouvidoria do portal Gov.br.

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Ana Lima
Ana Lima
Ana Lima é formada em Comunicação Social pela Universidade Estácio de Sá e já atua na profissão há mais de 30 anos. Já foi repórter, diagramadora e editora em jornais do interior e agora atua na mídia digital. Possui diversos cursos na área de jornalismo e já atuou na Câmara Municipal de Teresópolis como assessora de imprensa.

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