INSS: fila de espera da perícia médica já reúne mais de 1 milhão

Mais de 1 milhão de brasileiros de todas as regiões do país estão na chamada fila de espera para a realização da perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). São cidadãos que precisam fazer este procedimento para começarem a pleitear o direito de receber um benefício previdenciário.

Os números preocupam cada vez mais o atual Governo Federal, que até aqui não conseguiu minimizar os efeitos do problema. Em dezembro de 2022, por exemplo, cerca de 930 mil pessoas estavam aguardando pela realização da perícia médica. Depois de sucessivos aumentos, o número ultrapassou 1 milhão em maio.

Hoje, a regra geral indica que nenhum cidadão deve esperar por mais de 45 dias para realizar um procedimento do INSS. Contudo, o fato é que os dados oficiais revelam que oito em cada 10 pessoas que estão na fila espera, aguardam por uma resposta há mais de 45 dias.

Mais da metade da fila de espera não conseguiu fazer nem mesmo a perícia inicial. Na prática, eles estão esperando pela ajuda, mas não podem receber nada enquanto não conseguirem realizar a perícia do INSS.

O que ocasiona a fila do INSS

Segundo o Governo Federal, a fila aumentou nos primeiros meses deste ano principalmente por causa da falta de peritos médicos para realizar estas perícias. Como o Instituto está sofrendo com a falta de admissões, o número de servidores da área esta caindo mês após mês.

Para o secretário do Regime Geral da Previdência Social, Adroaldo da Cunha Portal, a ideia do Governo Federal é abrir um concurso público para contratação de mais 1,7 mil peritos . Segundo ele, em um curto prazo há também a ideia de aplicar uma Medida Provisória (MP) para elevar o número de perícias feitas por dia.

“(A publicação da MP) vai permitir a realização de perícias em contraturno e em finais de semana. E ainda, a partir daí, a realização de mutirões por todo o Brasil”, diz Adroaldo.

O Governo Federal também vem afirmando que poderá adotar um sistema de teleperícia, para ajudar a escoar ainda mais a fila de espera não apenas da perícia médica, mas também de uma série de outros procedimentos.

“Existem várias questões. A questão da tecnologia, a questão do processamento para conceder o benefício”, disse Adriane Bramante, presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário, em entrevista à TV Globo divulgada nesta semana.

“E que a gente realmente tenha um conjunto de ações multidisciplinares para que possa tornar efetiva essa perícia”, completou ela.