INSS: investigação coloca escritório de Nelson Wilians no alvo da CPMI

CPMI do INSS mira o advogado Nelson Wilians após suspeitas de movimentações de R$ 4,3 bilhões. Parlamentares pedem quebra de sigilo e apontam possível rede de fraudes
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A CPMI do INSS iniciou seus trabalhos com uma decisão de impacto: mirar diretamente no escritório do advogado Nelson Wilians, um dos nomes mais conhecidos do país. 

O motivo é a suspeita de movimentações financeiras que chamaram a atenção do Coaf e da Polícia Federal, envolvendo cifras impressionantes.

Segundo os relatórios, entre 2019 e 2023, o escritório teria registrado operações que somam R$ 4,3 bilhões. 

Além disso, surgem conexões com o empresário Maurício Camisotti e com a Ambec, entidade que aparece no centro das investigações sobre fraudes nos descontos aplicados a aposentados.

R$ 4,3 bilhões em transações na mira da CPMI

Os parlamentares entendem que a dimensão do montante é suficiente para convocar Wilians e exigir a quebra do seu sigilo bancário. 

Entre os requerimentos está o da deputada Bia Kicis (PL-DF), que reforçou a necessidade de ouvir o advogado diante da suspeita de que parte das movimentações esteja ligada a Camisotti, já alvo de seis pedidos de convocação.

A CPMI aponta que as operações podem ter servido como caminho para lavagem de dinheiro. 

Um dos exemplos destacados é o pagamento de R$ 15,5 milhões entre Wilians e Camisotti, cuja versão dos dois diverge: o advogado fala em compra de imóvel e adiantamento de honorários, enquanto o empresário cita um empréstimo.

Parlamentares falam em “epicentro financeiro”

Para o senador Izalci Lucas (PL-DF), a incoerência entre as justificativas reforça os indícios de irregularidades. 

Ele descreveu o escritório como um possível “epicentro financeiro” de uma rede de fraudes que teria atingido milhões de aposentados do INSS.

Segundo o parlamentar, ignorar essas pistas seria “uma grave omissão” da comissão, que pretende seguir o rastro do dinheiro para revelar toda a estrutura da fraude.

O que diz a defesa

O escritório de Nelson Wilians respondeu em nota que o advogado não é investigado em nenhum processo judicial e que todas as operações financeiras são legítimas, declaradas e compatíveis com a dimensão da empresa, que atua há mais de 25 anos.

A defesa também afirmou que a relação com Camisotti sempre ocorreu dentro dos limites da advocacia, sem vínculos societários. Sobre a Ambec, destacou que o contrato de trabalho foi curto (apenas 90 dias) e encerrado em 2023.

Já Camisotti reforçou que suas transações com Wilians se resumem a empréstimos e uma operação imobiliária, ambas realizadas antes de qualquer vínculo com associações ligadas a aposentados. 

Ele também negou participação em fraudes no INSS e informou que apresentará uma auditoria internacional para comprovar sua conduta.

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