INSS: TCU cobra explicações da AGU sobre exclusão de entidades em investigação

O TCU determinou que a AGU explique por que 35 entidades suspeitas de fraudes contra o INSS não tiveram bens bloqueados
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A polêmica envolvendo fraudes contra o INSS ganhou um novo capítulo. O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que a Advocacia-Geral da União (AGU) explique, no prazo de 15 dias, quais critérios foram utilizados para definir o bloqueio de bens de instituições suspeitas.

A decisão foi tomada após uma petição apresentada em junho pelo deputado André Fernandes (PL-CE), que acusou a AGU de omissão. No documento, o parlamentar solicitava que outras 35 entidades também tivessem seus bens bloqueados. O pedido, porém, foi rejeitado. Ainda assim, o TCU decidiu cobrar maiores esclarecimentos.

O que está em jogo? 

De acordo com o tribunal, é preciso entender por que a AGU acionou judicialmente apenas parte das entidades envolvidas, deixando de fora outras organizações que, segundo o processo, também apresentam indícios de irregularidades.

A AGU deverá explicar:

  • Como definiu quais entidades seriam incluídas ou excluídas;
  • Os limites de indisponibilidade aplicados a cada instituição;
  • Se existem outras medidas em andamento em relação às entidades que não tiveram bens bloqueados.

Sindnapi no centro da polêmica

Entre as organizações que não tiveram bloqueio provisório de bens está o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi). 

O sindicato arrecadou R$ 90 milhões em 2023, segundo relatório da própria AGU, e tem como vice-presidente José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Movimentações milionárias

O despacho do TCU ainda destacou que instituições como Master Prev, Unabrasil, Abenprev, Abapen, Aasap, Contag, Conafer, Sindnapi e Cbap movimentaram juntas mais de R$ 600 milhões entre 2023 e 2024.

Essas entidades figuram entre as que mais receberam reclamações de descontos indevidos, mas não foram incluídas como rés na ação cautelar ajuizada pela AGU.

O TCU, agora, quer respostas claras sobre a estratégia adotada.

O impacto para os segurados

Casos como esse chamam atenção não apenas pelo volume de recursos envolvidos, mas também porque atingem diretamente aposentados, pensionistas e trabalhadores que dependem do INSS.

Quando há indícios de fraudes, descontos indevidos ou má gestão de recursos, o resultado pode ser perda de renda para quem já enfrenta dificuldades no dia a dia.

É por isso que decisões do TCU e a atuação da AGU são acompanhadas de perto pela sociedade. O esclarecimento sobre os critérios utilizados é visto como passo essencial para garantir transparência e fortalecer a confiança no sistema previdenciário.

Para milhões de brasileiros, cada real faz diferença. Saber que órgãos de fiscalização estão atentos é um alívio, mas também reforça a cobrança para que todas as irregularidades sejam tratadas de forma igual, sem favorecimentos ou omissões.

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