Ministro promete devolver dinheiro a aposentados e dispara contra cortes no INSS

Wolney Queiroz afirma que não vai reduzir gastos só para "mostrar número no azul" e detalha sistema dos pagamentos indevidos do INSS
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Dois meses após assumir o comando do Ministério da Previdência, Wolney Queiroz garante que está próximo de cumprir a principal missão dada por Lula: ressarcir aposentados e pensionistas lesados por descontos indevidos nos benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). 

Em entrevista ao jornal O Globo, o ministro afirmou que os pagamentos devem começar até setembro, assim que o Supremo Tribunal Federal (STF) homologar os critérios e o Congresso aprovar o crédito extraordinário necessário.

De forma firme, Wolney também rechaçou qualquer possibilidade de cortes com fins meramente fiscais: “Não vou cortar gasto só para mostrar número no azul”, disse.

Ressarcimento a caminho

De acordo com o ministro, será necessário o envio de uma medida provisória ao Congresso estabelecendo o crédito extra.

A ordem dos pagamentos seguirá a data em que cada aposentado registrou sua reclamação no sistema do INSS.

“Quem entrou primeiro e concluir o processo, recebe primeiro. E há recursos suficientes para pagar todo mundo”, afirmou.

Sobre as fraudes

Segundo o ministro, os descontos irregulares vinham sendo feitos por associações fraudulentas, muitas delas credenciadas entre 2019 e 2022. Para ele, esse foi o período de maior vulnerabilidade no sistema:

“O ladrão entrou na casa em 2019”, declarou.

Wolney acredita que a escalada de concessões suspeitas de desconto ocorreu nesse intervalo e que o governo Lula foi o responsável por interromper o esquema:

“Se não fosse a ação do governo, estaria acontecendo até hoje”. 

A CPI do INSS

Sobre a possível instalação de uma CPI para investigar os descontos irregulares, o ministro demonstrou preocupação:

Ele teme vazamentos seletivos de dados e atrasos no cronograma de pagamento aos beneficiários.

Apesar de ser contrário à investigação parlamentar, garante estar preparado para disputar a narrativa, caso ela avance.

Cortes fiscais do INSS

Mesmo diante da pressão por ajuste nas contas públicas, Wolney reafirmou sua prioridade: reduzir o tempo de espera para concessão de benefícios. 

Hoje, a fila do INSS já apresenta média de 44 dias, dentro da meta pactuada com o TCU (menos de 45 dias).

“A minha função é conceder benefício a quem merece. Eu não vou cortar gasto para poder apresentar número no azul”, cravou.

Ele também criticou o represamento artificial de benefícios herdado da gestão anterior, que segundo ele tinha por objetivo a contenção de despesas.

O ministro também criticou a reforma da Previdência aprovada em 2019, que classificou como equivocada:

“Ela não levava em conta o tema da Previdência em si, mas a economia que geraria”.

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