Motivo de desligamento não é mais anotado na Carteira de Trabalho
Portaria n° 1.486 altera regras trabalhistas visando evitar discriminação do trabalhadorUma portaria publicada no Diário Oficial da União na segunda-feira, dia 06, alterou alguns pontos da legislação trabalhista. Entre as mudanças mais relevantes está a retirada da obrigação de informar na Carteira de Trabalho o motivo de desligamento do trabalhador.
Há também algumas alterações que, segundo o Ministério do Trabalho e Previdência, envolvem apenas procedimentos internos da pasta.
Quais foram as mudanças?
A Portaria n° 1.486 altera a portaria anterior, que regulamenta disposições relativas à legislação trabalhista, à inspeção do trabalho, às políticas públicas e às relações de trabalho. Muitas mudanças são relativas à tecnologia, permitindo documentos digitais na hora de candidatar-se a empregos, além das cópias físicas.
De acordo com o Ministério do Trabalho, essas modificações visam aperfeiçoar diferentes aspectos da legislação infralegal, como: regras para os fabricantes de dispositivos de controle de ponto, adequação da gestão de dados do Ministério à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), e melhorar o atendimento às entidades sindicais.
Outro motivo para essa modificação, de acordo com o Ministério, foi evitar discriminação ao empregado nas justificativas lançadas como motivo para desligamento. Portanto, o empregador não deve anotar nada neste sentido na CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social) ao término do vínculo empregatício.
Outras alterações
Há também alterações na forma de registro de pontos relativos a controle de jornada eletrônico, que passa a adotar “registro eletrônico” de ponto para tal fim.
Além disso, especificações técnicas referentes aos arquivos Arquivo Fonte de Dados (AFD) e Arquivo Eletrônico de Jornada (AEJ), que são códigos, marcações e protocolos, e do Atestado Técnico e Termo de Responsabilidade, passam a ser publicadas e estão disponíveis aos fabricantes em portal oficial do governo federal (gov.br).
Com relação aos registros sindicais, o ministério destaca, entre as alterações apresentadas, a de permitir que as entidades sindicais possam publicar os seus editais de convocação em jornais de veiculação digital e, também, que a publicação em jornal de tiragem de abrangência nacional.
Está também prevista a viabilização da possibilidade de que o estatuto social da entidade possa ser substituído por Carta Sindical no momento da atualização sindical.
No geral, as alterações estão relacionadas à substituição de documentos físicos necessários a rotinas previstas na legislação trabalhista por documentos digitais a serem disponibilizados no sistema gov.br.
Qual a importância da Carteira de Trabalho?
A carteira de trabalho e Previdência Social é considerada uma conquista dos trabalhadores e foi criada em 1932. Ela é obrigatória para quem deseja ingressar no mercado de trabalho.
Ela é muito importante para o trabalhador, pois funciona como seu registro profissional. Nela é possível encontrar um histórico de sua trajetória trabalhista, como os contratos de trabalhos já celebrados, as funções exercidas, os salários e seus aumentos, as promoções, entre outros.
Trata-se de relatório completo que comprova o currículo profissional daquele trabalhador.
A CTPS também é importante para o empregador, pois comprovam que o mesmo está seguindo as exigências legais, evitando-se, assim, qualquer sanção administrativa ou ações judiciais.