A Polícia Federal (PF) deu início a uma complexa etapa de rastreamento e bloqueio patrimonial focada na identificação e apreensão de uma frota de veículos de luxo avaliada em cerca de R$ 28 milhões.
Fato está diretamente vinculado a um grupo de “jovens ricaços” que, segundo as investigações, se beneficiaram massivamente do esquema de fraudes no INSS.
O montante de R$ 28 milhões representa uma fatia significativa do patrimônio que a PF busca reverter aos cofres públicos. Além de ressarcir os aposentados e pensionistas vítimas da chamada “Farra do INSS”.
Este termo, usado pela própria PF em seus relatórios, descreve a operação bilionária de descontos indevidos e não autorizados nos benefícios de milhões de segurados.
Ciclo da ostentação e o desvio
O cerne da investigação aponta que a fortuna era gerada por meio de contratos fraudulentos entre associações e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que permitiam descontos automáticos nas aposentadorias.
Os valores, irrisórios para o fraudador individualmente (variando entre R$ 5 e R$ 50 por mês), se acumulavam em cifras estratosféricas ao atingir milhões de beneficiários. Muitos deles com assinaturas falsificadas.
A nova fase da apuração se concentra em desvendar o destino desse dinheiro. Que bancava um estilo de vida de ostentação para os envolvidos e seus parentes. Fontes da PF indicam que os “jovens ricaços” são, em muitos casos, filhos ou operadores de confiança dos principais mentores do esquema.
Eles teriam atuado ativamente na lavagem do dinheiro, camuflando a origem ilícita em bens de alto valor, como a frota de veículos de luxo.
Dos Porsches à lavagem de dinheiro
Entre os veículos rastreados estariam carros esportivos de última geração, SUVs de luxo blindados e modelos importados, incluindo marcas como Porsche, BMW, e Land Rover.
Em fases anteriores da “Operação Sem Desconto”, a PF já havia apreendido uma coleção de carros de alto valor. Como os ligados a um dos lobistas mais notórios do esquema, apelidado de “Careca do INSS”, cujos bens apreendidos à época somavam milhões de reais.
O rastreamento da frota de R$ 28 milhões levanta a suspeita de uma sofisticada operação de lavagem, onde a compra e a revenda (ou a simples utilização) desses carros serviam para movimentar os recursos desviados sem levantar suspeitas imediatas das autoridades financeiras.
Além dos carros, a PF já identificou a compra de joias, realização de diversas viagens internacionais e a movimentação de mais de R$ 1 milhão em transferências entre os investigados.
A complexidade da investigação reside na vastidão do esquema, que se estendeu por anos, afetando milhões de benefícios em 13 estados e no Distrito Federal.
A PF aguarda a conclusão das perícias no material apreendido – documentos, computadores e celulares – para iniciar a fase de depoimentos formais dos investigados, incluindo os jovens ligados à frota de luxo.
A expectativa é que o desdobramento revele o envolvimento de novos agentes públicos e a verdadeira dimensão do rombo, estimado, inicialmente, em R$ 6 bilhões.
A busca pelos R$ 28 milhões em carros de luxo é um símbolo da ofensiva do Estado para reaver o dinheiro desviado da Previdência. Garantindo que o luxo e a ostentação criminosa não prevaleçam sobre a dignidade dos aposentados.
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