Quais as regras que regem a demissão em comum acordo?
Nesta modalidade, tanto empresa quanto empregado não tem mais interesse em manter a relação de trabalhoA modalidade de demissão em comum acordo surgiu, legalmente, com a Reforma Trabalhista de 2017. Como o nome sugere, ela acontece quando o empregador e o empregado decidem, em um consenso, pelo fim do contrato de trabalho.
Antes dessa regulamentação, empregador e empregado muitas vezes recorriam a práticas ilegais para a demissão.
Continue lendo para tirar todas as suas dúvidas sobre o término do contrato por comum acordo.
O que é demissão em comum acordo?
A demissão em comum acordo surgiu, legalmente, com a Reforma Trabalhista de 2017. Ela acontece quando o empregador e o empregado decidem, em um consenso, pelo fim do contrato de trabalho. Antes dessa regulamentação, empregador e empregado muitas vezes recorriam a práticas ilegais para a demissão.
Muitas vezes um colaborador não tem mais interesse em se manter trabalhando para a empresa, sendo que esta não tem intenção de manter o vínculo. Nesses casos, ambas as partes têm um objetivo em comum.
Esse tipo de demissão permite que o colaborador saque parte do FGTS e receba uma multa em valor menor. Para isso o colaborador abre mão do seguro desemprego e de parte do aviso prévio.
Existem diversas vantagens nesse tipo de rescisão contratual. A demissão em comum acordo gera, para os colaboradores:
- Rompimento do vínculo sem abrir mão do FGTS;
- Recebimento de boa parte do FGTS e de uma multa (menor que a de rescisão sem justa causa) sobre o valor.
Já ao empregador esse tipo de rescisão dá as seguintes vantagens:
- Multa menor do que a rescisão sem justa causa;
- Verbas rescisórias menores.
Verbas rescisórias na demissão em comum acordo
Nesse caso o colaborador garante o recebimento do FGTS. Ele não é liberado integralmente, sendo que a liberação se limita a 80% do saldo da conta até aquele momento ativa. Sobre o valor de liberação recai a multa de 20% que é paga pelo empregador.
Outros fatores que são relevantes em relação à demissão por comum acordo é que o aviso prévio cai pela metade. Isso somente ocorre caso esse período seja apenas pago e não haja exigência de prestação de serviços nele.
Todavia, caso a empresa obrigue o colaborador a manter serviços no aviso prévio ele passa a ser de tamanho normal (30 dias para contratos de até um ano e, depois, mais 03 dias para cada ano trabalhado na mesma empresa).
Assim, o colaborador que opta pela rescisão por comum acordo não tem direito ao seguro-desemprego. Isso porque nesse caso se considera que ele não tinha mais interesse na manutenção do contrato e por isso não está em posição desvantajosa.
Caracteriza a rescisão em comum acordo para o colaborador, nesse caso:
- Garantia de poder de saque de até 80% do saldo da conta do FGTS;
- Multa de 20% sobre o Fundo de Garantia;
- Abre mão do seguro-desemprego;
- Caso indenizado o aviso prévio se limita a 50% do período normal.
Quem pode requerer?
A demissão somente pode ocorrer caso o colaborador e a empresa tenham interesse em interromper a jornada de trabalho e o vínculo
Entenda que as verbas rescisórias para o colaborador dispensado sem justa causa são maiores do que as da demissão em comum acordo.
Portanto, a empresa não pode obrigar o indivíduo sem interesse em deixar o emprego de aceitar uma imposição dessas.
Assim, a mesma coisa se aplica para a situação contrária. Quando um colaborador pede demissão, a empresa tem obrigação de pagamento de verbas rescisórias menores do que no caso de acordo ou dispensa sem justa causa.
É por isso que se considera que nesse caso cada uma das partes abra mão de alguns privilégios e culmine na demissão em comum acordo. Ela somente poderá se operar em caso de livre e espontânea vontade das partes.
Quais as vantagens?
Para a empresa, o acordo é benéfico porque reduz os custos no desligamento do funcionário. Além disso, evita-se uma fraude e ela obtém proteção jurídica na situação.
Para o trabalhador, o consenso é vantajoso pois é melhor que tentar esperar uma demissão por justa causa que talvez nunca aconteça. Apesar de a dispensa ter verbas rescisórias menores, há uma certa segurança financeira, além de proteção jurídica.