Síndrome de Burnout: quando o trabalho sobrecarrega a saúde mental

Desde janeiro de 2022 a doença foi considerada doença ocupacional

Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade. 

A principal causa da doença é justamente o excesso de trabalho. Esta síndrome é comum em profissionais que atuam diariamente sob pressão e com responsabilidades constantes.

De acordo com um levantamento do INSS, mais de 200 mil pessoas se afastaram do trabalho devido a transtornos mentais. Entre eles, depressão, ansiedade e Burnout.

Nesse sentido, a enfermidade é tão séria que desde 1º de janeiro de 2022, teve sua inclusão na Classificação Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS). Na prática, significa que agora estão previstos os mesmos direitos trabalhistas e previdenciários assegurados no caso das demais doenças relacionadas ao emprego

Síndrome de Burnout no trabalho

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Uma pesquisa realizada recentemente com líderes de Recursos Humanos das maiores empresas americanas mostrou que 95% destes afirmaram que a Síndrome de Burnout é a principal razão das pessoas pedirem demissão das suas empresas.

Os sinais de que algo não vai bem são o estresse contínuo e cansaço excessivo, redução da capacidade profissional, ansiedade, muitos sentimentos negativos, negativismo em excesso, pouca identificação com o que faz, sentimentos de fracasso e insegurança e perda de interesse no trabalho.

Estar sempre cansado, insônia, sinais de pressão sanguínea alta, sinais de depressão, alterações repentinas de humor, dores de cabeça constantes, dificuldade de concentração podem ser alguns dos sintomas.

A síndrome de burnout está diretamente relacionada com a rotina de trabalho. A demanda em excesso de si mesmo, tanto física como mentalmente leva ao burnout. Ter que dar conta de rotinas e ambientes excessivamente estressantes, sentir que faltam recursos, tempo e energia para dar conta de tudo é a principal causa.

Dentre as situações no ambiente de trabalho que desencadeiam a Síndrome de Burnout estão:

  • a carga excessiva do volume de trabalho;
  • a falta de controle na rotina e nas tarefas e um ambiente de trabalho altamente tóxico;
  • competição e pessoas negativas pioram a rotina do colaborador.

Quais os direitos previdenciários para a Síndrome de Burnout?

Diante destas situações, a pessoa precisa se afastar do local de trabalho para poder tratar da saúde. Para isso, é preciso acionar a Previdência Social a fim de obter os benefícios que o INSS pode oferecer.

Trabalhadores que necessitam se afastar por um tempo superior a 15 dias há o auxílio-doença acidentário. Neste caso, o empregado se afasta por ter sofrido acidente ou doença relativa ao trabalho. Diferente do auxílio-doença previdenciário no qual o empregado se afasta por doença não relacionada ao trabalho.

A Aposentadoria por invalidez é aquela devida ao segurado que passa por uma sequela definitiva que o impede de exercer não só as suas atividades, como qualquer outra.

Neste caso, para que a síndrome de Burnout seja considerada suficiente para conceder ao segurado a aposentadoria por invalidez é preciso que esse trabalhador tenha um laudo médico que comprove sua situação de saúde. E mais: que os danos causados sejam decorrentes da doença e irreversíveis, impossibilitando-o de retorno ao seu trabalho.

Por ser considerada uma doença ocupacional, a síndrome de burnout  não é exigida carência para ter direito ao benefício.

Conclusão

O auxílio-doença é um benefício liberado ao trabalhador com incapacidade total e temporária para as suas atividades de trabalho.

Assim, em casos de Síndrome de Burnout, é possível receber o benefício após se afastar de suas atividades para se dedicar ao tratamento. Dessa forma, o auxílio-doença não é liberado em razão da Síndrome de Burnout, ou por qualquer outra doença. Mas, sim, por conta da incapacidade temporária para exercer as atividades de trabalho.

Em casos de dúvidas ou ter a solicitação negada, procure um advogado especialista em direito previdenciário a fim de obter um auxílio jurídico. Faça valer seus direitos.

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