Robôs do INSS indefere maioria dos pedidos de aposentadoria

Dados oficiais apontam que os novos robôs do INSS estariam indeferindo 3 de 4 cada solicitações de aposentadoria do Instituto

Com o advento dos novos robôs para análises das solicitações de benefícios, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) está conseguindo reduzir a chamada fila de espera. Em contrapartida, estima-se que a maioria dos pedidos estão sendo negados pelo novo sistema automatizado.

Dados oficiais apontam que 3 de cada 4 pedidos de aposentadoria estão sendo negados pelos robôs. Em resumo, a fila de espera está menor porque mais pessoas estão saindo do período de aguardo com as mãos vazias. O resultado é um crescimento do número de novos pedidos de contestação do resultado apresentado pelos robôs.

Os dados oficiais mostram que de cada 200 mil aposentadorias requeridas ao INSS por mês, cerca de 50 mil são concedidas de forma automática. As outras 150 mil são negadas. O novo sistema está fazendo com que as pessoas tenham que alterar a forma como os dados são enviados.

Como o processo está sendo analisado por robôs, as documentações precisam estar cada vez mais claras. Caso contrário, o sistema não conseguirá reconhecer que a papelada está correta. Analistas acreditam, por exemplo, que quanto mais completo for o envio do documento, mais chances o cidadão vai ter de ser aceito.

“Como as demandas previdenciárias se repetem muito, e são ações de massa, o INSS costuma identificar uma varredura de exigências mínimas para poder balizar a inteligência artificial, com contagem mínima do tempo de contribuição, idade mínima, por exemplo”, disse o  advogado Rômulo Saraiva em entrevista ao jornal Extra.

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Críticas ao INSS

A ideia de dar aos robôs a tarefa de analisar os processos de solicitação de benefícios, não agrada todo mundo. Alguns setores da sociedade acreditam que o sistema não é justo e que poderia atrapalhar a vida de pessoas mais humildes.

Em entrevista recente, Diego Cherulli, que é vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), criticou a autarquia.

“O robô acaba indeferindo tudo porque os cadastros normalmente têm erros. Esse trabalho precisa ser feito por um servidor, um ser humano. A máquina não está preparada para isso”, disse Cherulli em sua declaração mais recente.

O INSS disse que o processamento automático está em “constante evolução”. “O efeito é que mais benefícios sejam decididos, aumentando a disponibilidade para interposição de recurso”, diz a nota da autarquia.

O Instituto não explicou se a máquina dos robôs tende a bloquear mais solicitações do que o normal. Dados oficiais apontam que entre os meses de maio e agosto, a lista de cidadãos insatisfeitos com o resultado final da análise subiu 32%.

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