Auxílio emergencial será prorrogado por dois ou quatro meses?

O ministro da Economia, Paulo Guedes, havia informado que pretendia aumentar o prazo de recebimento para o auxílio emergencial. Entretanto, isso iria depender exclusivamente do andamento das vacinações. 

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, também defende que haja prorrogação. 

Atualmente, o Brasil está enfrentando a marca histórica de quase meio milhão de vítimas perdidas pelo vírus e mais de 17 milhões de casos. Enquanto isso, apenas 23,5% da população foi vacinada. Valor este que se aproxima da faixa de 50 milhões. 

Mas, isso ainda não é suficiente. Pesquisas já mostram que a recuperação econômica somente será possível quando toda, ou boa parte, da população ser vacinada. 

CPI da Covid-19 e as vacinações

Destaques sobre *** por e-mail

Ontem (08), houve as interrogações da CPI da Covid-19. O interrogado era Marcelo Queiroga e ele foi questionado, pelo senador Otto, sobre as formas como as vacinas estavam sendo aplicadas nos brasileiros. 

O senador disse que o ministro não leu a bula e está fazendo o oposto do que é recomendado. Argumentou que o tempo de espera para a segunda dose da Pfizer é de 21 dias e não de 12, como se Queiroga tivesse diminuindo para aumentar o número de vacinados mais rápido. 

O ministro da Saúde admitiu que não leu a bula e foi chamado de irresponsável porque isso era o “mínimo” a se fazer. 

Otto o ensinou a ler a bula da vacina e disse que, pela omissão do governo, uma gestante morreu e que na própria bula dizia que não podia vacinar a gestante. 

Queiroga também foi questionado sobre os motivos de inflar os números de vacinações no Brasil enquanto diz que iriam vacinar mais de um milhão de pessoas por dia sendo que o número é bem menor. 

Copa da América e auxílio emergencial

Durante a CPI, o ministro também foi questionado sobre o porquê de responderem o email para a Copa da América tão rápido enquanto para o auxílio emergencial e as vacinações, demoraram meses para tomar uma decisão. 

O ministro argumentou que não existe comprovação científica de que a ida aos estádios pode aumentar os casos da Covid-19 no Brasil e que isso é totalmente seguro. 

Atualmente, se pensa em prorrogar o auxílio emergencial justamente devido ao aumento de casos pela falta de vacinações. Entretanto, há certos conflitos sobre quanto tempo ele deve ser prorrogado. 

Existem projetos que desejam que o benefício seja prorrogado até dezembro e o valor seja aumentado para R$ 500. Entretanto, há poucas possibilidades de que isso realmente possa acontecer. 

De acordo com o ministro da Economia, Paulo Guedes, o auxílio emergencial pode ser prorrogado até o mês de setembro. 

Segundo o Globo e o jornalista que escreve para o portal, reuniões deveriam ser realizadas na tarde de ontem (08), para discutir sobre o assunto. 

Auxílio emergencial e a volta dos apoios do presidente

O presidente Bolsonaro, que sempre disse durante o ano de 2020 que o auxílio emergencial não deveria ser visto como uma aposentadoria, afirmou que iria prorrogar os recebimentos para 6 parcelas ou mais. 

O atual valor do auxílio emergencial é menor que aquele recebido em 2020 (R$ 600 e de R$ 300). Neste ano, ele depende exclusivamente da estrutura de cada grupo familiar que pode variar de R$ 150 até R$ 375. 

O teto máximo, assim como no ano passado que pagava R$ 1200, serve para as mulheres responsáveis pelo sustento da casa. 

Em 2011, em entrevistas, Bolsonaro havia dito que o Bolsa Família foi criado como forma de manobra pelo Partido dos Trabalhadores. No entanto, agora que as taxas de rejeição estão no ápice entre as zonas pobres do país, o mesmo deseja aumentar em 50% do valor. 

Além do auxílio emergencial e do Bolsa Família, também há o adiantamento do décimo terceiro pelos aposentados que, segundo o governo, pode estimular a economia. 

Volta do auxílio emergencial de R$ 600

No último dia 29 de maio, aconteceram uma série de protestos contra o presidente Jair Bolsonaro. Os grupos de esquerda pediam a volta do benefício no mesmo valor do ano passado e argumentam que deveria ser fornecido até que todos fossem vacinados. 

Os atos se espalharam por mais de 200 cidades e devem voltar a acontecer no dia 19 de junho, uma semana depois do dia dos namorados, que acontece no próximo sábado (12). 

O Partido dos Trabalhadores, que está organizando o ato, argumenta que todos devem comparecer usando máscaras (e é necessário levar outras extras para garantir até o final do dia), uso de álcool em gel e o distanciamento de dois metros. 

Em algumas capitais brasileiras, o distanciamento de dois metros não foi respeitado e foi possível ver aglomerações. 

Devido a PEC Emergencial que realiza uma série de cortes na saúde e na educação, as probabilidades que o auxílio emergencial de R$ 600 seja aprovado é pequena. 

Eleições de 2022

Como já dito anteriormente, ainda não se sabe quanto tempo deve durar a prorrogação. Entretanto, o auxílio emergencial prorrogado junto ao aumento do Bolsa Família em 50% do valor estão sendo formas de recuperar o apoio político que foi perdido durante a atual crise sanitária que desencadeou 17 milhões de casos. 

Apesar das medidas, a popularidade não está sendo positiva e cada dia mais o ex-presidente e petista Lula vem ganhando espaço nas redes sociais. 

Ciro Gomes também começou a publicar vídeos em tons de pré campanha, quando chamou o presidente Bolsonaro de traidor e argumentou que o mesmo mentiu em sua campanha de 2018. 

Os ânimos estão tensos para as próximas eleições e, se for comprovado o crime de responsabilidade, Bolsonaro deve abrir espaço ainda maior para Ciro e Lula. 

 

Leia também
×
App O Trabalhador
App do Trabalhador
⭐⭐⭐⭐⭐ Android e iOS - Grátis