Banco Central facilita denúncias de golpes no Pix com nova ferramenta
As novas regras permitem que o MED rastreie as transações e compartilhe dados de movimentação financeira entre as instituições bancáriasO Pix, um sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central, revolucionou a forma como os brasileiros fazem transações financeiras.
Com ele, é possível enviar e receber dinheiro em segundos, 24 horas por dia. Desde a sua criação, o Pix já registrou mais de 87 bilhões de transações, tornando-se uma ferramenta essencial para milhões de pessoas.
Apesar da praticidade, o aumento no uso do Pix também gerou mais casos de golpes. Atualmente, quando alguém é vítima de fraude, precisa entrar em contato com o banco para tentar recuperar o dinheiro.
Pensando nisso, o Banco Central anunciou uma mudança importante para agilizar esse processo.
Maior facilidade de contestação
A partir de 1º de outubro, todas as instituições financeiras que operam com Pix serão obrigadas a oferecer uma nova funcionalidade em seus aplicativos: o autoatendimento para reclamações de golpes. Com essa ferramenta, a vítima poderá solicitar o ressarcimento diretamente pelo app, sem precisar falar com um atendente.
As novas regras para o Mecanismo Especial de Devolução (MED), sistema de segurança do Pix garante a restituição de valores a vítimas de fraudes, golpes ou coerção.
Com as mudanças, o MED passará a rastrear o caminho percorrido pelas transferências, compartilhando essas informações entre os bancos envolvidos.
A atualização permitirá que a devolução seja feita em até 11 dias após a contestação. Segundo o BC, a medida deve ampliar a identificação de contas usadas em fraudes, aumentar as chances de reembolso às vítimas e inibir novos crimes.
A nova versão do MED estará disponível em 23 de novembro e se tornará obrigatória a partir de 2 de fevereiro de 2026.
O objetivo é que, ao permitir que a reclamação seja feita de forma rápida, as chances de o dinheiro ainda estar na conta do golpista aumentem, facilitando o bloqueio e a devolução dos valores. Essa medida visa dar mais agilidade e segurança aos usuários do Pix.
Como funciona o MED hoje
O MED pode ser acionado em casos de fraude, golpe ou crime, desde que a solicitação seja feita em até 80 dias após a transação. O procedimento segue as seguintes etapas:
O cliente registra a reclamação na instituição financeira.
A instituição avalia se o caso se enquadra no MED. Se positivo, o valor recebido fica bloqueado na conta do recebedor.
O caso é analisado em até 7 dias. Se não for fraude, o dinheiro é liberado ao recebedor. Se confirmado o golpe, a vítima recebe o valor de volta, integral ou parcial, em até 96 horas, caso haja saldo disponível na conta do fraudador.
Quando a devolução é parcial, o banco do fraudador deve efetuar novos bloqueios ou devoluções sempre que a conta receber depósitos, até alcançar o valor total ou o prazo máximo de 90 dias.
O mecanismo também pode ser usado em situações de falha operacional, como transações duplicadas. Nesses casos, a instituição responsável deve avaliar o erro e devolver o valor em até 24 horas.
Conclusão
Com a nova funcionalidade de autoatendimento para denúncias, o Banco Central dá um passo importante para tornar o Pix ainda mais seguro.
Ao agilizar o processo de comunicação de fraudes, a medida não só aumenta as chances de recuperação dos valores roubados, mas também reforça a confiança dos usuários nesse meio de pagamento tão popular.
A iniciativa é um lembrete de que a tecnologia, quando combinada com ferramentas de segurança eficazes, pode ser uma grande aliada na proteção do consumidor.