BC: greve dos servidores será retomada nesta terça, dia 03

Servidores dizem que suas reivindicações não foram aceitas

O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) decidiu em assembleia deliberativa que os servidores vão voltar a cruzar os braços a partir desta terça-feira, dia 03 de maio. Isso ocorre dez dias após suspenderem a greve, os servidores do Banco Central (BC).

No último dia 19 de abril, a categoria suspendeu a grave. Na ocasião, os servidores advertiram que parariam seus serviços novamente caso não houvesse avanço nas negociações. Mesmo com a greve suspensa, os funcionários continuaram a trabalhar em esquema de operação-padrão e a fazer paralisações diárias, das 14h às 18h.

Nos últimos dias, a apresentação de relatórios e estatísticas atrasadas foi retomada, como o boletim Focus (pesquisa semanal com instituições financeiras), o Relatório de Poupança e o fluxo cambial.

Nesta semana, o BC havia divulgado os relatórios de crédito (que revela os juros médios das operações de crédito) e do setor externo (balanço das transações do Brasil com o exterior) relativos a fevereiro, mas as estatísticas de março estão atrasadas.

No entanto, o desenvolvimento de projetos da agenda de modernização financeira continuou suspenso. O início da segunda fase de consultas e de saques de valores esquecidos, que ocorreria hoje, dia 02 de maio, foi adiado sem ter uma data determinada para a sua implementação.

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Quais são as reivindicações dos servidores?

Os servidores do Banco Central reivindicam reposição das perdas inflacionárias nos últimos anos, que chegam a 27%. Eles também pedem a mudança da nomenclatura de analista para auditor e a exigência de nível superior para ingresso dos técnicos do BC.

Desde o início do ano, os funcionários do BC, assim como de outros órgãos federais, trabalham em esquema de operação-padrão porque o Orçamento de 2022 destinou R$ 1,7 bilhão para reajuste a forças federais de segurança. 

Quais serviços serão prejudicados?

Com a mobilização dos trabalhadores, alguns serviços do Banco Central vêm sendo prejudicados. É o caso de relatórios e indicadores econômicos, como o Boletim Focus, que apresenta a visão das instituições financeiras sobre a economia do país, e o relatório de poupança, que estão sendo divulgados com atraso.

A ferramenta de pagamentos instantâneos, o Pix, até agora não foi prejudicado. Mas outros serviços digitais, como o Sistema Valores a Receber tiveram que ser suspensos. Uma segunda fase da consulta de valores esquecidos pela ferramenta foi adiada e ainda não tem nova data.

Outro adiamento causado pela greve dos servidores do Banco Central foi no cronograma de implementação da moeda digital brasileira. O atraso do projeto, que no momento está em fase de elaboração pelo BC, foi citado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

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