A demissão de um colaborador, embora seja uma etapa natural da gestão de pessoas, carrega um peso emocional e legal significativo.
No Brasil, embora a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não determine um horário ou dia específico para a dispensa, a área de Recursos Humanos (RH) e consultores em gestão recomendam veementemente a adoção de uma abordagem estratégica e humanizada na escolha do momento.
A premissa é simples: minimizar o impacto negativo para o indivíduo e preservar a cultura organizacional.
Momento ideal: dia e horário
A sabedoria do RH converge para a escolha do meio da semana, preferencialmente às terças ou quartas-feiras. Essa janela de tempo é considerada ideal porque evita a insensibilidade de uma comunicação na sexta-feira.
Ser demitido na véspera do final de semana isola o profissional da rede de apoio imediato (como o RH, em caso de dúvidas) e o deixa com a notícia traumática durante um período de inatividade, dificultando a organização mental e a busca por assistência.
Assim, no meio da semana, há tempo para processar o ocorrido e iniciar os primeiros passos na transição de carreira antes do descanso.
Em relação ao horário, o início do expediente da manhã é o mais aconselhado.
Comunicar a decisão logo cedo permite que o colaborador desligado tenha o restante do dia para cumprir os trâmites burocráticos, recolher seus pertences e sair da empresa com o máximo de discrição, evitando o constrangimento de uma saída no final do dia, sob o olhar de todos.
A demissão deve ser o ponto final de um dia de trabalho, não um obstáculo no meio dele.
Tendência da demissão humanizada
Mais do que apenas o “quando”, o mercado de trabalho moderno prioriza o “como” da demissão. O conceito de Demissão Humanizada ou Desligamento Estratégico surgiu justamente para mitigar o estresse e o trauma do rompimento do vínculo empregatício. Trata-se de uma estratégia que exige transparência, ética e empatia.
O processo humanizado pressupõe que a demissão nunca seja uma surpresa. Ela deve ser o resultado final de um acompanhamento contínuo, com feedbacks e planos de melhoria documentados.
Na reunião de desligamento, que deve ocorrer em um ambiente privado e com a presença de um representante do RH, a comunicação deve ser direta, clara e respeitosa, baseada nos fatos que levaram à decisão.
Além disso, as empresas adeptas dessa tendência costumam oferecer suporte ativo ao profissional que sai, como:
- Apoio à Recolocação: Consultoria para carreira, elaboração de currículo e treinamento para entrevistas.
- Extensão de Benefícios: Manutenção temporária do plano de saúde.
- Cartas de recomendação: Reconhecimento formal das contribuições do colaborador.