Variante “Frankenstein” da Covid-19 gera alerta em todo mundo
Nova variante surgiu da combinação de material genético de diferentes sub-linhagens do coronavírusUma nova variante do Covid-19 tem circulado em países da Europa, como a França, e já foi identificada no Brasil, ganhando o apelido popular de “Frankenstein”.
Embora especialistas peçam cautela e evitem o pânico, a sua natureza incomum exige a manutenção da vigilância por parte das autoridades de saúde.
O que é a variante “Frankenstein”?
O apelido “Frankenstein” (ou, em alguns lugares, “Stratus”) faz alusão ao famoso personagem literário, que é uma criatura formada pela junção de várias partes.
No contexto viral, o nome se refere à origem da variante. Ela é um recombinante, ou seja, surgiu da combinação de material genético de diferentes sub-linhagens do coronavírus.
- Nome Científico: A variante é oficialmente designada como XFG pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que a classifica como “sob monitoramento” – o que significa que requer vigilância contínua, mas não é considerada de alto risco neste momento.
- Origem: A XFG é resultado da fusão de duas sub-linhagens da variante Ômicron .
Por que ela gera alerta?
O principal motivo do alerta está na sua capacidade de disseminação e nas características de “híbrido” que podem conferir alguma vantagem evolutiva:
- Maior Transmissibilidade: Estudos iniciais sugerem que a XFG apresenta um ganho paulatino de transmissibilidade e pode ter maior capacidade de espalhamento em comparação com as variantes que a antecederam. No Brasil, por exemplo, ela foi associada a um aumento de infecções em análises recentes.
- Escape Imunológico: Por ser uma recombinação, a variante pode ter uma capacidade de “escapar” ligeiramente dos anticorpos gerados por vacinas ou infecções anteriores. Contudo, esse comportamento não é inédito na evolução viral e é esperado para novas cepas.
- Sintomas Comuns, com Ênfase na Garganta: Os sintomas da XFG são, em grande parte, semelhantes aos de outras subvariantes da Ômicron e de uma gripe comum (febre, tosse, coriza, dores musculares). No entanto, alguns especialistas notaram uma maior frequência de rouquidão (disfonia) e dor de garganta forte nos pacientes infectados.
Cautela e recomendações
Especialistas em saúde pública têm ressaltado que, embora a situação exija atenção e monitoramento, não há, até o momento, evidências de que a variante XFG cause formas mais graves da doença ou aumente a mortalidade.
A circulação da variante é comparada, por alguns, às ondas sazonais de gripe, que também impactam a sociedade e, principalmente, os grupos mais vulneráveis. A diferença principal é que os surtos de Covid-19 não se restringem ao inverno.
As recomendações de prevenção permanecem as mesmas:
- Manter a vacinação em dia (incluindo as doses de reforço atualizadas).
- Usar máscara em ambientes fechados e com aglomeração, especialmente se apresentar sintomas.
- Evitar contato com pessoas doentes e manter a higiene das mãos.
Por fim, em resposta à circulação desta e de outras cepas, países como a França anunciaram a antecipação de suas campanhas de vacinação contra a Covid-19. Dessa forma, focando novamente em idosos e grupos de risco.