segunda-feira,
20 de outubro de 2025

Caixa defende suspensão completa do consignado do Bolsa Família

Mesmo com as mudanças nas regras do consignado para usuários do Bolsa Família, Caixa indica que não deverá voltar a operar nesta linha

- Anúncio -

A Caixa Econômica Federal indicou que não deve aderir ao sistema de liberação do consignado para usuários do programa Bolsa Família. A informação foi confirmada pela presidente do banco, Rita Serrano. Em entrevista, ela defendeu uma suspensão completa desta modalidade de crédito.

“Com as novas regras, a operação não se paga. Além disso, esse produto teve um cunho eleitoral, a Caixa foi o banco que mais ofertou crédito, com R$ 7,6 bilhões. É uma excrescência”, disse Serrano. Neste banco, o consignado está suspenso para avaliação desde que ela assumiu o posto em janeiro.

“Não posso ofertar crédito em um auxílio para uma pessoa se alimentar. Na minha opinião, isso tem de ser anulado”, completou ela. Na última semana, o Ministro do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias (PT) chegou a sinalizar que a Caixa estaria presente no sistema do consignado após as mudanças de regra.

Baixe nosso aplicativo!

Fique por dentro das notícias dos seus benefícios e direitos.

Download Grátis

O consignado em questão foi aprovado e sancionado ainda em agosto do ano passado, mas só começou a ser liberado de fato a partir de outubro daquele ano. Coincidência ou não, o fato é que os depósitos começaram a acontecer justamente durante o segundo turno das eleições entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

Desde então, somente na Caixa Econômica Federal quase R$ 8 bilhões foram liberados, sendo 99% deste saldo apenas durante o período eleitoral. Membros do antigo Governo Federal negam as acusações de que eles estariam usando o sistema como uma espécie de compra de votos, como acusou a nova presidente da Caixa.

Mudanças no consignado

Na última semana, o Ministério do Desenvolvimento Social decidiu que não vai acabar com o consignado do Bolsa Família. De todo modo, a pasta optou por realizar uma série de mudanças no sistema. Tais alterações atingem apenas as pessoas que ainda não solicitaram o empréstimo, e que pretendem solicitar daqui para frente.

A taxa máxima de juros, por exemplo, caiu de 3,5% para 2,5% ao mês. Os bancos são livres para definir este patamar, desde que não ultrapassem o teto. Além disso, o Ministério também decidiu reduzir o período de tempo máximo para pagamento da dívida de dois anos para apenas seis meses.

Por fim, o Governo também decidiu alterar a margem consignável, que cai de 40% para 5%. Assim, todos os meses os cidadãos só podem comprometer até 5% do seu Bolsa Família. Considerando que o valor base do programa é de R$ 400, então o valor máximo de desconto passa a ser de R$20.

Compartilhe:

Aécio de Paula
Aécio de Paula
Jornalista formado pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e pós-graduado em Direitos Humanos pela mesma instituição. Atua na produção, edição e apuração de conteúdos sobre política, economia, sociedade e cultura, com experiência em redações e portais de notícia.

Notícias relacionadas

Mais lidas da semana